Edmundo González passou mais de um mês na Embaixada da Holanda em Caracas
Candidato da oposição deixou a Venezuela no sábado e recebeu asilo da Espanha
O principal candidato da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia (foto), permaneceu abrigado em segredo na Embaixada da Holanda em Caracas durante mais de um mês antes de se esconder na residência do embaixador espanhol. Edmundo González deixou a Venezuela no sábado para se exilar na Espanha.
Desde as eleições de 28 de julho, o candidato não participou de nenhum evento público. O ministro holandês das Relações Exteriores, Caspar Veldkamp, afirmou neste domingo, 8 de setembro, que decidiu atender a um pedido “urgente” da oposição no dia seguinte às eleições para acolher Edmundo “o tempo que fosse necessário”.
A declaração do ministro consta de carta enviada ao Parlamento do país europeu. O documento relata que González optou por deixar a Embaixada da Holanda e “continuar a sua luta a partir da Espanha”.
Segundo o alto representante da União Europeia para Relações Exteriores, o espanhol Josep Borrell, o candidato da oposição ficou na sede diplomática holandesa até a última quinta-feira, 5 de setembro.
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, indicou que o governo de Madri concedeu asilo ao político venezuelano a seu pedido, depois de Edmundo passar um período na residência da Embaixada de Espanha em Caracas.
González é um dos principais alvos da perseguição da ditadura de Maduro após a fraude eleitoral de julho. O diplomata de 75 anos, que permaneceu escondido desde 30 de julho, afirma ser o vencedor das eleições que reelegeram Maduro.
Até hoje o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela não apresentou as atas eleitorais exigidas por lei, alegando uma violação do sistema. Já a oposição disponibilizou em um site mais de 80% de todos os documentos emitidos pelas urnas.
Chavismo ordena prisão de Edmundo González
A Procuradoria-Geral da Venezuela, controlada pelo chavismo, anunciou na última segunda-feira, 2 de setembro, que um tribunal expediu um mandado de prisão contra Edmundo González.
O diplomata foi intimado para prestar depoimento sobre a apuração paralela das eleições de 28 de julho. Segundo a oposição, González venceu o ditador Nicolás Maduro com cerca de 70% dos votos.
“Eles perderam toda a noção da realidade. Ao ameaçar o Presidente Eleito apenas conseguem nos unir mais e aumentar o apoio dos venezuelanos e do mundo a Edmundo González”, escreveu María Corina sobre o mandado de prisão.
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