Ecochatos: ativistas implicam com árvore de Natal do Vaticano
O prefeito de Ledro, Renato Girardi, demonstrou indignação com o movimento dos ativistas, acusando-os de estragar as festividades natalinas por causa de uma simples planta
Um abeto (árvore conífera da família das Pináceas) de 29 metros está prestes a ser cortado em uma floresta no Vale de Ledro, no norte da Itália, para enfeitar a Praça São Pedro. Este ato gerou protestos de organizações ambientais que apelaram ao Papa Francisco maior compromisso com a ecologia.
Os ativistas ambientais da província de Trento manifestaram-se por meio de uma carta aberta, expressando preocupação com o destino de uma árvore em particular.
Este abeto gigante, previsto para ser derrubado na próxima semana, será transportado até o Vaticano para compor as decorações natalinas na emblemática praça. Segundo reportagens, como a do The Guardian, essa ação tem gerado controvérsia e mobilização popular.
Uma petição contra o corte do “gigante verde” já acumula mais de 40 mil assinaturas. Além disso, moradores de Ledro planejam organizar um bloqueio para impedir o transporte da árvore até Roma. A tradição do abeto natalino no Vaticano remonta a 1982, com diferentes regiões da Itália ou países europeus responsáveis pela doação anual.
Promessas ecológicas
Na missiva enviada ao Papa, grupos ambientalistas do Trentino pedem que ele evite o que consideram um “sacrifício desnecessário”, reiterando seu compromisso com a ecologia, frequentemente abordado em suas encíclicas.
Os ativistas criticam a aparente incoerência entre o discurso sobre mudanças climáticas e a manutenção de tradições que implicam na remoção de árvores simbólicas e antigas. Eles condenam a prática como “puramente consumista”, utilizada para fins publicitários e fotografias superficiais.
“Uma simples planta”
O prefeito de Ledro, Renato Girardi, demonstrou indignação com o movimento dos ativistas, acusando-os de “estragar as festividades natalinas por causa de uma simples planta”.
Em declarações à imprensa italiana, Girardi enfatizou que a árvore seria cortada de qualquer forma e acabaria em uma serraria. Ele argumenta que a remoção do abeto faz parte do manejo florestal sustentável.
Além disso, Girardi apontou erros na carta aberta dos ambientalistas, que acusava a cidade de planejar cortar 39 árvores adicionais para decorar o interior do Vaticano ao custo de 60 mil euros.
O prefeito esclareceu que enquanto Ledro fornecerá 40 árvores ao Vaticano, apenas uma será cortada na floresta; as demais serão adquiridas em viveiros especializados.
O Vaticano havia expressado preferência por abetos Nordmann para os interiores devido à durabilidade das agulhas dessas árvores.
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