“Ditadura totalitária”, diz chanceler argentino sobre Venezuela
O chanceler argentino, Gerardo Werthein, expressou sua preocupação com a situação política na Venezuela e e reiterou que os resultados apresentados por Maduro são fraudulentos e não têm legitimidade perante a comunidade internacional
O chanceler argentino, Gerardo Werthein, expressou sua preocupação com a situação política na Venezuela durante uma entrevista televisiva.
Em suas declarações, Werthein abordou o cenário sob a liderança de Nicolás Maduro, que recentemente se declarou vencedor das eleições presidenciais sem apresentar provas concretas que sustentassem essa vitória, intensificando assim a crise no país.
“Venezuelanos escolheram Edmundo”
Durante a entrevista, Werthein descreveu o governo de Maduro como uma “ditadura totalitária”, criticando a falta de respeito aos direitos humanos no país.
Ele destacou que a Argentina foi uma das primeiras nações a reconhecer a vitória do opositor Edmundo González Urrutia e reiterou que os resultados apresentados por Maduro são fraudulentos e não têm legitimidade perante a comunidade internacional: “Nossa posição permanecerá inalterada”, afirmou o chanceler.
Werthein também comentou sobre as tentativas do regime de legitimar Maduro como presidente eleito sem fundamentos sólidos, classificando o evento de 28 de julho como uma “fraude absoluta”. Ele enfatizou que “os venezuelanos votaram e escolheram Edmundo”.
Adicionalmente, o chanceler criticou duramente as declarações de Maduro sobre liberdade, considerando-as “trágicas ou tragicômicas”, principalmente diante das denúncias de violações aos direitos humanos, como sequestros e torturas.
“Maduro deveria se calar e respeitar a vontade democrática dos venezuelanos”, disse Werthein.
Edmundo González diz que tomará posso
O cenário político na Venezuela permanece incerto após as eleições presidenciais nas quais Edmundo González Urrutia, candidato da oposição, venceu com 67% dos votos contra 30% de Maduro, segundo dados coletados pela oposição liderada por María Corina Machado.
Apesar da perseguição e do exílio de González Urrutia na Espanha, ele afirmou que pretende retornar à Venezuela para tomar posse em 10 de janeiro, conforme previsto na Constituição do país.
Tortura contra presos políticos
Andreina Baduel, filha do falecido general Raúl Baduel e irmã de Josnars Adolfo Baduel, recentemente concedeu uma entrevista ao programa La Tarde, do canal NTN24, abordando a delicada situação dos presos políticos na Venezuela.
No contexto das celebrações natalinas, a Plataforma Unitaria Democrática (PUB) intensificou suas demandas pela libertação dessas pessoas detidas por motivos políticos.
Durante sua participação no programa, Andreina revelou as condições em que seu irmão se encontra encarcerado.
Segundo ela, Josnars Adolfo perdeu mais de 12 quilos desde que foi detido. “Ele está em uma cela de 2×2 metros, onde há apenas uma latrina e uma cama de cimento, permanecendo isolado durante todo o dia. As restrições alimentares, de hidratação e de medicação têm contribuído para o agravamento do seu estado de saúde”, relatou Andreina.
“Assassinato em câmera lenta”
Além disso, ela destacou que seu irmão está preso no Rodeo 1 desde 4 de abril, já apresentando problemas de saúde resultantes de supostas torturas sofridas nas instalações do SEBIN Helicoide.
De acordo com um relatório médico citado por Andreina, Josnars Adolfo necessita urgentemente de quatro intervenções cirúrgicas: uma para reconstrução do ligamento do ombro, duas para os ligamentos dos joelhos — danificados devido à prática de suspensões para espancamento — e outra nos testículos devido à aplicação de choques elétricos. Ele também sofre com múltiplas hérnias adquiridas sob tortura.
Andreina Baduel ainda afirmou que as prisões venezuelanas destinadas aos presos políticos funcionam como verdadeiros centros de tortura, locais onde os detentos são submetidos a um “assassinato em câmera lenta”, similar ao que ocorreu com seu pai.
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