Ditador Maduro agradece a Lula: “Comunicado muito bom”
Gratidão da ditadura venezuelana aos presidentes do Brasil, da Colômbia e do México vem junto com acusações de “conspiração” dos EUA
O ditador Nicolás Maduro agradeceu, em coletiva da imprensa chapa-branca do regime venezuelano, realizada nesta sexta-feira, 2 de agosto, aos presidentes Lula (Brasil), Gustavo Petro (Colômbia) e Andrés Manuel López Obrador (México) pelo comunicado igualmente chapa-branca divulgado na quinta-feira, 1.
“Eu conversei com o Lula há uns 15 dias. Agora, a gente tem mantido contato direto com o Celso Amorim e com o ministro Mauro Vieira. O presidente Lula, o presidente Petro e o presidente López Obrador estão trabalhando juntos para garantir que a Venezuela seja respeitada, para que os Estados Unidos não façam o que estão fazendo.
Eles soltaram um comunicado muito bom ontem, muito bom mesmo. Quero parabenizar o presidente Petro, o López Obrador e o Lula. Agradeço a eles. Em nome de toda a Venezuela, eu agradeço. Lula, Petro, López Obrador.”, disse o ditador.
Maduro também tentou desqualificar as declarações do Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken:
“Duas horas depois que os presidentes do Brasil, da Colômbia e do México se pronunciaram, veio a declaração do [Antony] Blinken. O que o Blinken fez foi responder à tentativa soberana desses três países latino-americanos de evitar prejuízos à Venezuela.
É por isso que o Blinken fica desesperado, num gesto incomum na diplomacia americana, e sai por aí dizendo que eles têm os resultados. Uma palhaçada, como diríamos aqui. Ou seja, o Blinken, o Departamento de Estado, tem os resultados.”
Maduro se faz de vítima
O ditador se fez de vítima alegando que os Estados Unidos tentaram prejudicar as eleições presidenciais da Venezuela que aconteceram no último domingo, 28 de julho.
“O que eles têm é a armadilha que tentaram impor com a guerra cibernética no domingo. É isso que eles têm. Uma conspiração. Fora do comum. Contra a Venezuela, porque dizem que é a joia da coroa. Nós estamos conscientes dessa conspiração.
Eu disse isso há mais de um ano. A base da conspiração é semear o ódio em uma parte da população, ativar mecanismos de violência neofascista ou fascista. Desacreditar as instituições. E repetir o roteiro do golpe de Estado. De 11 de abril de 2002 e de todas as tentativas de golpe. Eles jamais reconheceram os processos eleitorais.”
O hacker da Macedônia do Norte
Na noite dos resultados, o presidente da CNE, Elvis Amoroso, disse que o atraso no fornecimento dos dados se deveu a um hackeamento da instituição, que pretendia impedir e retardar a totalização da contagem. Horas depois, o procurador-geral do país, Tarek William Saab, acusou vários opositores de estarem por detrás de uma suposta conspiração, perpetrada a partir da Macedónia do Norte – o Governo daquele país negou qualquer operação neste sentido.
A CNE, controlada por Amoroso, amigo pessoal de Maduro, culpou estes alegados ataques vindos do exterior pela dificuldade na entrega das atas.
A explicação é bizarra. O sistema eleitoral venezuelano é 100% automatizado, mas as atas, antes de serem enviadas ao escritório central, são impressas.
A oposição distribuiu aos seus ativistas por toda a Venezuela instruções para obterem uma cópia ou fotografar a ata. 80% delas já está em seu poder. Além disso, a oposição criou um site no qual publicaram o resultado da coleta, cujos números mostram que Edmundo González, o candidato da oposição, foi o vencedor claro, com 7,1 milhões de votos (67%) contra 3,2 milhões (30%) para Maduro.
Elon Musk e o “imperalismo estadunidense”
Durante uma reunião do Conselho de Segurança no palácio Miraflores, sede do governo venezuelano, Maduro afirmou que Elon Musk, é um agente que tenta desestabilizar a Venezuela e que estaria por trás do ataque contra o sistema eleitoral do país:
“Tenho certeza que os ataques são dirigidos pelo poder de Elon Musk. Estamos enfrentando uma arremetida internacional, mundial, do imperialismo estadunidense, de Elon Musk, da direita internacional extremista e do narcotráfico colombiano para se apoderar do país por meio da criminalidade, caos, mentira e violência”, declarou Maduro.
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