Diplomacia americana em defesa da democracia na Venezuela
Em reunião da OEA, o principal diplomata dos EUA para a América Latina, Brian Nichols, disse que a oposição derrotou “claramente” Nicolás Maduro e que o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, recebeu “milhões de votos” a mais do que Maduro
Um importante diplomata dos EUA tem se manifestado firmemente contra a fraude que afirma vitória do ditador Nicolás Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela.
Na quarta-feira, 31 de julho, em uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), o principal diplomata dos EUA para a América Latina, Brian Nichols, disse que a oposição derrotou “claramente” Nicolás Maduro e que o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, recebeu “milhões de votos” a mais do que Maduro.
A autoridade eleitoral na Venezuela, que é leal ao governo, declarou oficialmente Maduro como vencedor das eleições presidenciais na segunda-feira, 29 de julho, apesar das críticas internacionais e das alegações de fraude por parte da oposição.
Desde então, o diplomata americano tem usado suas redes sociais para firmar posição contras as arbitrariedades do ditador venezuelano.
Em 30 de julho, Brian Nichols escreveu:
“Rejeitamos os apelos de Maduro e seu círculo interno para a prisão dos líderes da oposição venezuelana Edmundo González e Maria Corina. Os venezuelanos têm o direito constitucional de expressar suas opiniões livremente e sem represálias. Ações para deter ou prender membros da oposição democrática mostram que, na falta de qualquer evidência para apoiar as alegações eleitorais de Maduro, ele recorre à repressão”.
Em 31 de julho, o diplomata americano repercutiu em seu perfil na rede social X a declaração do Carter Center segundo a qual “a eleição presidencial de 2024 na Venezuela não atendeu aos padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada democrática” e acrescentou:
“A declaração do Carter Center confirma mais uma vez o que milhões de venezuelanos já sabiam: a completa falta de transparência na divulgação dos resultados das eleições torna o anúncio do Conselho Nacional Eleitoral de 29 de julho sem sentido. A vontade dos eleitores venezuelanos deve ser respeitada”.
Nichols também replicou a foto dos membros da oposição venezuelana que estão abrigados na embaixada argentina em Caracas acompanhada de legenda na qual se apela para que tenham a aprovação imediata de seu salvo conduto.
Na sequência, ainda no dia 31 de julho, o diplomata do alto escalão americano escreveu:
“Na reunião da OEA de hoje, os EUA e outros governos deixaram clara a nossa posição: Maduro deve reconhecer os resultados reais das eleições e a vontade dos eleitores venezuelanos deve prevalecer. Mantemos o nosso apelo à transparência e à divulgação de resultados detalhados e precisos”
A vergonhosa abstenção do Brasil na OEA
Em reunião nesta quarta-feira, 31 de julho, a Organização dos Estados Americanos deixou de aprovar por apenas um voto uma resolução exigindo que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela apresente as atas da votação do último domingo, dia 28.
Houve 17 votos a favor da resolução, nenhum contra, 11 abstenções e 5 ausências. Entre as abstenções estavam dois governos de esquerda, alinhados a Maduro: o Brasil de Lula e a Colômbia do ex-guerrilheiro Gustavo Petro. O México, do também esquerdista López Obrador, se ausentou.
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