Diálogo sobre o programa nuclear iraniano ocorrerá em Genebra
O diplomata Kazem Gharibabadi, que representa Teerã nesta iniciativa, enfatizou que as conversas não devem ser consideradas como negociações formais, mas sim como um "diálogo e consulta"
Em um contexto de crescente tensão internacional, o Irã se prepara para realizar um encontro em Genebra no dia 13 de janeiro, onde discutirá seu programa nuclear com representantes da França, Alemanha e Reino Unido.
Esta informação foi divulgada por uma fonte oficial iraniana na última quarta-feira, 1º de janeiro.
O diplomata Kazem Gharibabadi, que representa Teerã nesta iniciativa, enfatizou que as conversas não devem ser consideradas como negociações formais, mas sim como um “diálogo e consulta”.
Esta abordagem foi reiterada durante uma reunião anterior que ocorreu no final de novembro, em um ambiente reservado às margens do Lago de Genebra.
A volta de Trump
Esse novo ciclo de discussões ocorre em um momento significativo, com a iminente volta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Casa Branca. Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump implementou uma política de “pressão máxima” contra o Irã.
No encontro realizado em novembro, os países europeus aliados aos EUA aprovaram uma resolução que criticava a falta de cooperação do Irã em relação às diretrizes nucleares estabelecidas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Em resposta a essas ações, Teerã anunciou a ativação de novas centrífugas para aumentar o enriquecimento de urânio, parte de seu programa nuclear em andamento.
Uso nuclear para fins civis?
O Irã defende seu direito ao uso do nuclear para fins supostamente civis, especialmente voltados à geração de energia, e nega veementemente qualquer intenção de desenvolver armamento atômico. Entretanto, essa narrativa é contestada por várias nações ocidentais.
O conselheiro próximo ao líder supremo do Irã, Ali Akbar Ahmadian, reafirmou que a estratégia nuclear do país permanece inalterada.
Segundo a AIEA, o Irã é atualmente a única nação sem armas nucleares que enriquece urânio a níveis de 60%, próximos dos 90% necessários para a construção de uma bomba atômica.
Histórico das negociações
O histórico das negociações nucleares do Irã remonta a 2015, quando um acordo foi firmado em Viena entre Teerã e seis potências mundiais – França, Alemanha, Reino Unido, China, Rússia e Estados Unidos.
Este pacto visava regular o programa nuclear iraniano em troca da redução das sanções internacionais. Contudo, em 2018, Donald Trump decidiu retirar os EUA do acordo e reimpôs severas sanções ao Irã, provocando descontentamento entre os demais signatários europeus.
O presidente iraniano Massoud Pezeshkian expressou interesse em retomar as negociações para reviver o acordo e aliviar as sanções econômicas que afligem seu país.
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