“Desta vez não haverá nenhum tipo de fraqueza”, ameaça Maduro
Após ser declarado presidente, o ditador venezuelano retomou a narrativa ameaçadora contra a oposição e iniciou repressão contra manifestantes
Maduro recebeu na segunda-feira, 29, o documento que o credita como presidente até 2031. “Recebo esta credencial constitucional, legal, do poder encarregado de tratar das questões eleitorais da Venezuela, do poder eleitoral soberano da Venezuela”, disse Maduro, acrescentando: “dormi como uma criança recém-nascida porque foi um dia histórico. Nós derrotamos o fascismo.”
Após ser declarado presidente, o ditador venezuelano retomou a narrativa agressiva e ameaçadora contra a oposição, que acusou de traçar planos para desencadear apagões massivos, desestabilizar o seu Governo com protestos e tentar golpes de estado contra ele.
“Entraram no sistema de transmissão e impediram a transmissão de dados para provocar o que se pode chamar de apagão eleitoral”, disse na segunda-feira, 29 de julho, Nicolás Maduro desde o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), onde recebeu as credenciais que o proclamam presidente por um terceiro mandato.
Maduro alertou que “não haverá fraqueza” contra seus oponentes: “Desta vez não vai haver nenhum tipo de fraqueza. Desta vez, na Venezuela, a constituição será respeitada, a lei será respeitada e não se imporá o ódio, nem o fascismo, nem a mentira, nem a manipulação”, afirmou o tirano chavista.
Além disso, ele pediu a ativação do Conselho de Estado para “avaliar os acontecimentos do último mês e fornecer dados conclusivos”. “O Conselho de Estado vai explicar ao país o que enfrentamos, o que derrotamos em relação aos ataques ao sistema eleitoral.”
“Não se enganem sobre nós”, advertiu ainda Maduro, antes de anunciar a assinatura de um projeto com os circuitos de conselhos comunais.
Protestos e repressão
O Observatório Venezuelano de Conflitos disse ter registrado 187 protestos em 20 Estados até as 18h de segunda-feira, com “vários atos de repressão e violência”; até a estátua de Hugo Chávez foi derrubada.
As manifestações começaram após a junta eleitoral, que estão sob influência do governo ditatorial, ter declarado que Maduro conquistou um terceiro mandato com 51% dos votos.
Muitos venezuelanos realizaram “panelaços”. Alguns bloquearam vias, acenderam fogueiras e jogaram bombas de gasolina contra a polícia enquanto os protestos se proliferavam pelo país, inclusive perto do palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.
“Estamos cansados desse governo, queremos uma mudança. Queremos ser livres na Venezuela. Queremos que nossas famílias voltem para cá”, disse um manifestante mascarado, referindo-se ao êxodo de cerca de um terço dos venezuelanos nos últimos anos.
Em Coro, a capital do Estado de Falcón, os manifestantes aplaudiram e dançaram quando derrubaram uma estátua representando o falecido presidente Hugo Chávez, mentor de Maduro que governou de 1999 a 2013.
O governo reagiu com forte repressão e já há relatos de mortes e detenções. Pelo menos duas pessoas foram mortas em conexão com a contagem de votos ou com os protestos, uma no Estado fronteiriço de Táchira e outra em Maracay. Dezenas foram detidas e alguns jovens estão desaparecidos
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