Desamparados pelo governo, norte-coreanos sobrevivem graças ao mercado informal, revela estudo
Descubra como os norte-coreanos sobrevivem através do trabalho informal, perante um governo que não fornece rações.
Norte-coreanos sobrevivem à base de trabalho informal, revela estudo
Um recente estudo divulgado pelo Ministério da Unificação de Seul aponta que a grande maioria dos norte-coreanos que se reassentaram na Coreia do Sul na última década nunca receberam rações do governo em seu país nativo. Devido a isso, tiveram que confiar no mercado informal para sua sobrevivência.
O estudo e a situação na Coreia do Norte
O estudo foi baseado em entrevistas realizadas com mais de 6.300 desertores entre 2013 e 2022. A Coreia do Norte, que sofreu grandes escassez de alimentos nas últimas décadas, tem sua economia severamente impactada por sanções internacionais.
Os desertores que chegaram entre 2016 e 2020 revelaram que mais de 72% nunca recebeu rações de alimentos do governo norte-coreano. Isso em comparação com 62% daqueles que chegaram antes de 2000.
Economia informal x Salários e rações
A quase totalidade dos entrevistados (94%) afirmou que podiam ganhar dinheiro nos mercados informais. As pessoas que escaparam no período de 2016-2020 relataram que 69% de suas rendas familiares eram provenientes destes mercados, em comparação com os que chegaram antes de 2000, que relataram cerca de 39%.
Apropriação de renda e subornos
O estudo ainda revelou que 37% de todos os entrevistados tiveram pelo menos 30% de sua renda apropriada por funcionários. Esse número aumenta para 41% após Kim Jong Un assumir o poder em 2011.
Mais da metade dos desertores que chegaram entre 2016 e 2020 relatou ter subornado funcionários do estado autoritário, em comparação com 14% daqueles que chegaram antes de 2000.
A visão política e a influência estrangeira
Em questões políticas, 56% dos entrevistados que fugiram após 2016 tinham visões negativas sobre a ascensão de Kim ao poder, enquanto 26% viam sua sucessão dinástica como legítima.
O estudo também apontou para a crescente influência da cultura externa, com 83% dos desertores que chegaram após 2016 relatando que assistiram a conteúdo de vídeo estrangeiro, como dramas chineses ou sul-coreanos, contra cerca de 8% antes de 2000.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)