Deputado americano propõe fim do Banco Central
Houve várias tentativas de abolir o Federal Reserve ao longo de sua história. Medida é apoiada por correntes econômicas libertárias
O deputado republicano Thomas Massie, do Kentucky, apresentou dois projetos de lei que visam auditar e abolir o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. A iniciativa ocorre em meio a críticas crescentes à política monetária da instituição, acusada de causar inflação e desvalorização do dólar.
O primeiro projeto de lei propõe a abolição do conselho de gestores do Federal Reserve e de seus bancos regionais. A legislação também revogaria o Federal Reserve Act, a lei de 1913 que criou o sistema de banco central americano.
Massie argumenta que os americanos estariam em melhor situação sem o Federal Reserve. Ele culpou a instituição por criar trilhões de dólares durante a pandemia de COVID-19, o que, segundo ele, permitiu um gasto deficitário sem precedentes e desvalorizou a moeda americana.
“Os americanos estão sofrendo com uma inflação esmagadora e o Federal Reserve é o culpado”, disse Massie em comunicado. “Ao monetizar a dívida, o Federal Reserve desvalorizou o dólar e permitiu políticas de dinheiro fácil que causaram a alta inflação que vemos hoje”.
O projeto de lei é co-patrocinado por vários outros deputados republicanos, incluindo Andy Biggs (Arizona), Lauren Boebert (Colorado) e Matt Gaetz (Flórida), entre outros. Além do projeto para abolir o Fed, Massie também introduziu o H.R. 24, o Federal Reserve Transparency Act de 2023, que visa auditar a instituição. Esse projeto de lei foi inicialmente apresentado pelo ex-deputado Ron Paul, também um crítico ferrenho do banco central.
Histórico de tentativas de abolição do Fed
Houve várias tentativas de abolir o Federal Reserve ao longo de sua história. O Federal Reserve Board Abolition Act foi introduzido pela primeira vez pelo ex-deputado Ron Paul em 1999 e não havia sido reintroduzido desde 2013. Paul, que fez da abolição do Fed uma questão central em suas campanhas presidenciais, argumentou que o banco central era uma ameaça à liberdade econômica dos americanos.
Visão da Escola Austríaca de Economia
A escola austríaca de economia, representada por economistas como Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, defende a eliminação dos bancos centrais.
Eles argumentam que a intervenção governamental na moeda e nos mercados financeiros causa distorções econômicas e ciclos de expansão e queda. Segundo essa visão, a política monetária deveria ser conduzida por um sistema de livre mercado sem a interferência de uma autoridade central, o que permitiria uma melhor alocação de recursos e estabilidade econômica a longo prazo.
Milton Friedman, um dos mais influentes economistas do século XX, tinha uma visão crítica sobre a atuação dos bancos centrais, embora não defendesse sua abolição total. Friedman propôs que o Federal Reserve adotasse uma regra monetária fixa, aumentando a oferta de moeda a uma taxa constante anualmente, para evitar as flutuações econômicas causadas por decisões discricionárias dos bancos centrais. Ele acreditava que uma política monetária previsível e estável era essencial para o crescimento econômico e a estabilidade dos preços.
Javier Milei também é contra bancos centrais
O presidente da Argentina defende abertamente a abolição dos bancos centrais. Para Milei, os bancos centrais são responsáveis pela inflação e pelas crises econômicas ao manipular a oferta de moeda e as taxas de juros.
Ele propõe a adoção de um sistema de moeda livre, onde diferentes moedas competiriam entre si no mercado, permitindo que os indivíduos escolhessem a moeda mais estável e confiável para suas transações.
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