Crusoé: Renúncia do primeiro-ministro não resolve o caos no Haiti
Líder de gangue Jimmy Cherizier, conhecido como Barbecue, fala em destruir o sistema, mas ninguém sabe o que ele quer dizer com isso
O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry (foto), renunciou nesta segunda, 11. O país agora será governado por um conselho de transição, com integrantes da sociedade civil, até que novas eleições sejam realizadas.
A saída de Henry e a instalação de um governo provisório eram demandas dos Estados Unidos. Os americanos entendiam que o primeiro-ministro era impopular e incapaz de dar estabilidade ao país. Henry assumiu o governo após o assassinato do presidente Jovenel Moise. Contudo, como não tinha o respaldo das urnas, cabia a Henry realizar eleições em 2023, o que ele não fez alegando insegurança. Sem legitimidade para se manter no cargo, os haitianos passaram a pedir sua cabeça.
Mas a solução política, que apeteceu os americanos, não será suficiente para colocar o país na rota.
Isso porque uma das pessoas que mais pressionaram pela saída de Henry foi Jimmy Cherizier, um líder de gangue conhecido pelo apelido de Barbecue (Churrasco).
Cherizier insiste que a alcunha se deve ao fato de que sua mãe vendia frango frito. Mas a fama é que ele queimava pessoas vivas.
Caso Henry não deixasse o posto, Cherizier tinha prometido iniciar uma guerra civil e um genocídio no país. Quando foi perguntado sobre quem ele mataria, Cherizier respondeu que não seriam pessoas de sua classe social. “Eu nunca massacraria pessoas da mesma classe social que eu. Eu vivo no gueto. Eu sei o que é o gueto“, disse.
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