Crusoé: qual esquerda avança na América Latina?
A vitória de Gabriel Boric no Chile amplia o arco esquerdista na América Latina, que ainda terá eleições na Colômbia e no Brasil. A adesão do líder estudantil à democracia e seu distanciamento das ditaduras de Venezuela, Cuba e Nicarágua ainda serão testados na prática, diz a Crusoé...
A vitória de Gabriel Boric no Chile amplia o arco esquerdista na América Latina, que ainda terá eleições na Colômbia e no Brasil. A adesão do líder estudantil à democracia e seu distanciamento das ditaduras de Venezuela, Cuba e Nicarágua ainda serão testados na prática, diz a Crusoé.
“Essa onda é uma consequência do enfraquecimento dos governos nacionais que não conseguiram ou não souberam lidar com a pandemia de Covid-19 e seus efeitos colaterais, como a crise econômica e o aumento do desemprego.”
“O movimento regional remonta ao dos anos 2000, quando lideranças de esquerda ascenderam ao poder em diversos países. O ditador venezuelano Hugo Chávez comprava apoio político com seus petrodólares e fazia uso da inteligência cubana. Uma valorização das commodities, como o petróleo e a soja, permitiu investimentos e a adoção de políticas assistencialistas, incluindo no Brasil petista.”
“Nessa época de bonança econômica, o escritor e jornalista peruano Álvaro Vargas Llosa, filho do prêmio Nobel Mario Vargas Llosa, criou duas categorias de esquerda, ‘carnívora’ e ‘herbívora’, para designar os regimes no continente. Na primeira turma estariam a Venezuela de Hugo Chávez, o Equador de Rafael Correa, a Nicarágua de Daniel Ortega e a Bolívia de Evo Morales. Como regra geral, eles buscaram refundar seus países: mudaram a Constituição para se perpetuar no poder, perseguiram a imprensa livre e submeteram o Judiciário e o Legislativo aos seus desígnios. Entre os governados por ‘vegetarianos’ daqueles tempos, estavam o Chile de Michelle Bachelet, o Brasil de Lula, o Uruguai de Tabaré Vázquez e o Peru de Alan García.”
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