Argentina: o que a última medida de Milei diz sobre a economia Argentina: o que a última medida de Milei diz sobre a economia
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Crusoé: o que a última medida de Milei diz sobre a economia da Argentina

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3 minutos de leitura 13.03.2024 16:58 comentários
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Crusoé: o que a última medida de Milei diz sobre a economia da Argentina

Governo de Javier Milei anunciou, nesta semana, a liberação de importações de produtos da cesta básica

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Crusoé: o que a última medida de Milei diz sobre a economia da Argentina
Foto: Presidência da Argentina

O governo de Javier Milei, na Argentina, anunciou a liberação de importações de produtos da cesta básica, que compreende alimentos, assim como produtos higiene pessoal e limpeza.

A Casa Rosada espera que o estímulo à importação aumente a oferta no mercado nacional e baixe os preços daqueles produtos.

Segundo o anúncio, feito pelo porta-voz da presidência, Manuel Adorni, em coletiva de imprensa na terça, 12 de março, a medida serve para “ajudar na correção de preços desses produtos” e “acelerar a normalização dos preços”.

O que o governo fez para liberar as importações?

A liberação das importações na Argentina envolve, de fato, duas medidas.

Uma delas é a suspensão, por 120 dias, da cobrança da “percepção de IVA” sobre os itens da cesta básica e, também, sobre medicamentos.

A percepção de IVA é como uma segunda parcela do imposto sobre consumo, a ser paga em até meses depois da compra.

A segunda medida para liberar as importações é que o Banco Central da República Argentina acelerará a liberação de dólares para pagar as importações dos produtos da cesta básica.

Ele deixará de parcelar em quatro cotas mensais e pagará os importadores em uma vez dentro de 30 dias da compra.

Tema importante durante as eleições em 2023, a falta de dólares do BC levou a atrasos de importações e desabastecimento, como, por exemplo, com a gasolina.

Por que o governo liberou as importações agora?

Quando Adorni fala em “acelerar a normalização dos preços”, é porque a Casa Rosada acredita que os preços dos produtos não condizem com o atual cenário de desaceleração da inflação.

Anunciada pelo Indec (o IBGE da Argentina) também nesta terça, 12, a inflação ao mês foi de 13,2% em fevereiro.

Assim, a inflação segue desacelerando, depois de registrar 20,6% ao mês em janeiro e o pico de 25,5%, em dezembro.

Segundo Adorni, representantes de supermercados reconheceram em reunião com o governo prévia à liberação das importações que eles reajustaram os preços de suas mercadorias com a expectativa de uma inflação maior.

“O cenário que [eles] avaliaram era catastrófico, algo que não aconteceu”, disse o porta-voz na coletiva da terça.

Os dados do Indec desta terça condizem, de certa maneira, com a declaração de Adorni.

Os itens que compõem uma cesta básica total de bens e serviços, que delimita a linha da pobreza, subiu 15,8% em fevereiro, ante uma inflação geral de 13,2%.

Hoje, uma família padrão para o Indec, que envolve pais e duas crianças pequenas, precisa de 690.900 pesos (3.450 reais) para não ser considerada pobre.

Qual é o receio do comércio?

Em um país acostumado há décadas, pelo menos desde os anos 1970, com políticas econômicas heterodoxas e abruptas, a apreensão do empresariado, e também dos consumidores, é a norma.

O maior receio hoje é por uma nova desvalorização do peso na cotação oficial, antes esperada para final de março e, agora, recalculada para até junho.

Em dezembro, dias após a posse, o governo Milei reduziu em 50% o valor da moeda nessa operação de câmbio, que não é acessível à maioria dos argentinos mas influencia a cadeia produtiva e, logo, os preços.

O que pode vir pela frente?

O…

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