Crusoé: o pessimismo da ONU na Papua Nova Guiné
Mais de 2 mil pessoas podem ter sido soterradas vivas após deslizamento de terra no vilarejo de Yambali, no arquipélago nação ao norte da Austrália
A representação das Nações Unidas na Papua Nova Guiné descreveu, nesta terça-feira, 28 de maio, como “muito pouco provável” a possibilidade de encontrar mais sobreviventes do deslizamento de terra no arquipélago oceânico.
“Não é uma missão de resgate, é uma missão de recuperação [de corpos]”, acrescentou Niels Kraaier, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no país.
Mais de 2.000 pessoas podem ter sido soterradas vivas após um deslizamento de terra no vilarejo de Yambali, em Papua Nova Guiné, informam, nesta segunda-feira, 27.
Esses números contrastam fortemente com as primeiras estimativas da ONU, que contabilizavam 670 mortes no deslizamento, ocorrido na sexta-feira, 24.
Até o momento, apenas cinco corpos foram recuperados, evidenciando a dificuldade da missão de resgate nas condições severas do local.
Luseta Laso Mana, do Centro Nacional de Desastres da Papua Nova Guiné, qualificou o acontecimento como uma situação de “destruição maior” em uma comunicação oficial à ONU, pedindo apoio global para lidar com a crise.
Na sequência do pedido de assistência expresso pelo governo do arquipélago, várias organizações internacionais se mobilizaram para oferecer suporte.
A Organização Internacional para as Migrações manteve seu número de 670 vítimas como provisório, aguardando novas evidências que possam esclarecer a discrepância nos números reportados.
O chefe da missão da agência migratória da ONU na Papua Nova Guiné, Serhan Aktoprak, comentou sobre a fluidez dos números e a complexidade da operação que se desdobra.
As operações de resgate são prejudicadas também pela falta de infraestrutura de comunicação e a necessidade de escolta militar, devido a conflitos tribais na área.
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