Crusoé: Na Venezuela, derrubar estátua é fazer a revolução
Nicolás Maduro é o sucessor de Hugo Chávez, e manteve suas políticas. O que os venezuelanos querem após a farsa eleitoral é mudar o sistema e tirar do poder um ditador ilegítimo, que esconde as atas de votação
Venezuelanos derrubaram estátuas do falecido ditador Hugo Chávez (foto) em algumas cidades na segunda-feira, 29. Em Coro, no estado Falcón, eles usaram marretas. Em La Guaira, bastou que eles empurrassem o monumento.
Vídeos circularam nas redes sociais mostrando estátuas de Chávez sendo destruídas pela população, que empunhava bandeiras da Venezuela e gritava “Liberdade! Liberdade!“.
Desafio
Para os venezuelanos que vivem há 25 anos sob o chavismo, derrubar estátua é muito mais do que um gesto adolescente contra um inimigo imaginário. É fazer a revolução, desafiar a pessoa que abusa do poder e o usa contra o povo. É fazer algo para mudar o sistema e a própria vida.
Há três anos, os Estados Unidos e países europeus foram tomados por uma onda de jovens derrubando estátuas de colonizadores europeus, de donos e de traficantes de escravos.
Um dos principais alvos foi o explorador italiano Cristóvão Colombo, que descobriu a América.
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Moda
No Brasil e em países da América Latina, a modinha também teve adeptos. Em São Paulo, delinquentes tentaram botar fogo na estátua do bandeirante Borba Gato.
Mas ninguém muda nada ao derrubar uma estátua de Cristóvão Colombo. A conquista da América é uma realidade inquestionável. A escravidão no Brasil não existe no mundo desde o final do século 19.
Pode-se até argumentar que essas estátuas geram desconforto entre algumas pessoas, descendentes daqueles que sofreram nas mãos dos homens retratados nas estátuas.
Ameaças reais
Mas são ameaças que não existem mais. Não são reais. Não há bandeirantes entrando para caçar índios no interior do Brasil.
Na Venezuela é diferente.
Maduro é o herdeiro de Hugo Chávez e se diz o seu seguidor. Suas políticas são…
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