Crusoé: Legislativo da Venezuela pede fim de relações com Espanha
Congresso espanhol aprovou moção para que o governo do país reconheça o candidato de oposição Edmundo González como presidente da Venezuela
Presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o braço legislativo do chavismo, Jorge Rodríguez pediu ao ditador Nicolás Maduro que rompa relações diplomáticas com a Espanha nesta quarta-feira, 11 de setembro.
A declaração se dá na esteira de votação no Congresso espanhol que reconheceu o líder opositor Edmundo González como presidente legítimo da Venezuela.
“Que todas as relações diplomáticas, comerciais e consulares sejam imediatamente rompidas, que todos os representantes do Governo de Espanha saiam daqui”, disse Rodríguez.
“Estamos diante de um caso em que a história se passa como uma tragédia e se repete como uma tragicomédia. É inconcebível que existam seres humanos com um nível de inteligência que pensem em repetir em tão pouco tempo um dos maiores erros políticos, diplomáticos e intervencionistas que já ocorreram na história do planeta”, acrescentou.
González presidente legítimo da Venezuela
O Congresso espanhol aprovou nesta quarta-feira, 11, uma moção para que o governo do país reconheça o candidato de oposição Edmundo González como vencedor das eleições de julho na Venezuela.
O Partido Socialista Operário da Espanha, PSOE, do presidente Pedro Sánchez, e seu aliado de extrema esquerda Sumar ficaram contra a medida. Mas foram derrotados pelo bloco de legendas de centro e direita formado por PP, Vox, PNV Coalición Canaria e Unión del Pueblo Navarro.
González desembarcou na Espanha como exilado no domingo, 8. A ditadura de Nicolás Maduro havia decretado sua prisão, inconformada com o fato de a oposição haver divulgado 83,5% das atas eleitorais no site Resultados con VZLA.
Embora o regime de Maduro acuse González de falsificação, a autenticidade dos documentos foi atestada e reconhecida por organismos como o Centro Carter, a ONU e a União Europeia. O próprio governo se recusa a divulgar as atas, apesar de ter assumido um compromisso internacional de transparência antes da votação.
São justamente esses os fatos mencionados pelos parlamentares espanhóis, ao requerer não apenas que González seja reconhecido internamente como presidente “legítimo”, mas também que o presidente Pedro Sánchez lidere um movimento para assegurar o mesmo reconhecimento nas instituições europeias.
Nesta terça, antes da votação, manifestantes haviam se reunido em frente ao Parlamento espanhol pedindo de a moção fosse aprovadas. González não é o primeiro político venezuelano obrigado a buscar refúgio na Espanha por confrontar Maduro e o chavismo. Lá vivem, por exemplo, o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, que viveu mais de mil dias em prisão domiciliar antes de conseguir escapar, em 2017, e Leopoldo López, preso em 2014 por liderar protestos contra a ditadura.
Segundo Ledezma,…
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