Crusoé: A pirueta de Kamala Harris após a eliminação de Sinwar
Vice-presidente foi contra operação militar na cidade de Rafah, onde o terrorista foi neutralizado
Horas depois da neutralização do terrorista Yahya Sinwar na cidade de Rafah, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris (foto), deu um discurso que não pegou bem.
“E eu digo a qualquer terrorista que mate americanos, ameace o povo americano ou que ameace nossas tropas ou nossos interesses, saiba disso: Nós sempre os levaremos à justiça. Israel tem o direito de se defender, e a ameaça que o Hamas representa para Israel deve ser eliminada“, afirmou Kamala.
O primeiro problema dessa última declaração de Kamala é que ela contradiz seus posicionamentos anteriores sobre a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Em março, Kamala disse em uma entrevista para a rede ABC que era contra uma operação militar na cidade de Rafah, justamente o local em que Sinwar foi eliminado.
“Deixamos claro em várias conversas e de todas as formas que qualquer grande operação militar em Rafah seria um grande erro”, disse ela. “Estudei os mapas — não há para onde essas pessoas irem. E estamos olhando para cerca de um milhão e meio de pessoas em Rafah que estão lá porque foram orientadas a ir para lá.”
Ao ser questionada se Israel poderia sofrer consequências caso realizasse uma invasão em Rafah, ela afirmou: “Não estou descartando nada. Vamos dar um passo de cada vez, mas fomos muito claros em termos de nossa perspectiva sobre se isso deve ou não acontecer”.
Após a eliminação de Sinwar, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu defendeu a operação em Rafah em um discurso gravado em vídeo. Sem citar nomes, ele fez referências aos que se opunham à ação.
“Agora está claro para todos, em Israel e no mundo, por que insistimos em não encerrar a guerra. Por que persistimos contra todas as pressões para entrar em Rafah. O reduto fortificado do Hamas, onde Sinwar e muitos assassinos se escondiam“, disse Netanyahu.
Outro problema da declaração de Kamala após a eliminação de Sinwar é que ela, na condição de vice-presidente, não tem autoridade em política externa.
Quando Kamala diz “nós“, na verdade, ela está falando do presidente americano Joe Biden.
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