Crusoé: A incerteza de Macron sobre a defesa da civilização
Netanyahu afirmou, nesta quarta-feira, 23, que a guerra contra o terrorismo é da "civilização contra a barbárie"
O presidente francês Emmanuel Macron (foto) retrucou uma recente fala do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
O israelense tinha dito “ter se decepcionado com a França por tomar decisões contra Israel” na guerra contra o terrorismo.
Em evento nesta quinta, 24, no qual foram arrecadados mais de 1 bilhão de dólares para ajudar o Líbano, Macron respondeu: “Nos últimos dias, tem-se falado muito em ‘guerra de civilizações’ ou que ‘é preciso defender a civilização’. Não tenho certeza de que se defende uma civilização quando você próprio semeia a barbárie“.
“Eles mataram um padre francês“
A fala de Netanyahu que desencadeou a réplica de Macron foi dada na quarta, 23. O premiê israelense criticou o presidente francês por suspender a venda de armas a Israel em meio à guerra contra o terrorismo na Faixa de Gaza e no sul do Líbano.
“Por que estamos sendo embargados quando estamos travando uma guerra justa? Esperamos que ele nos apoie da mesma forma que o Irã apoia os seus representantes”, disse o premiê de Israel. Netanyahu declarou que o Israel lutou “não apenas para eles, mas como para a França também“.
“Lutamos por nós, mas por você também. Não é apenas terrorismo, estamos de volta à Idade Média”, disse Netanyahu, dirigindo-se aos telespectadores franceses. “Eles mataram um padre francês, o padre Hamel, Samuel Paty, eles cometeram o (ataque no) Bataclan… Essas pessoas matariam todos vocês se pudessem”, disse Netanyahu, referindo-se a alguns dos ataques terroristas islâmicos de que a França foi alvo.
“É uma guerra da civilização contra a barbárie. Nossa vitória é a sua vitória”, disse o premiê israelense.
A influência francesa no Líbano
Às vésperas da conferência realizada em apoio ao Líbano, nesta quinta-feira, 24, em Paris, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, reforçou o apoio às instituições locais.
“O objetivo é, em primeiro lugar, reafirmar a necessidade de um cessar-fogo, de uma resolução diplomática e do fim das hostilidades, mobilizar a ajuda humanitária do maior número possível de países e apoiar as instituições libanesas, em primeiro lugar as forças armadas libanesas”, disse.
Os laços entre França e Líbano vêm do início do século 20. Com o fim do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, os franceses receberam da Liga das Nações um mandato para governar o Líbano e da Síria. Por isso, parte da população libanesa fala francês e gosta de viajar para Paris nas férias.
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