Crenças ideológicas assombram Kamala Harris na campanha
Vice-presidente dos EUA enfrenta críticas de republicanos que exploram seu radicalismo ideológico
Kamala Harris tem um encontro marcado com seu passado na campanha presidencial de 2024 por conta de suas posições adotadas durante a corrida de 2020, quando foi eleita vice-presidente na chapa de Joe Biden.
Declarações anteriores da provável candidata democrata contra Donald Trump estão sendo usadas por republicanos para caracterizar como uma radical de esquerda fora de sintonia com os eleitores centristas. Segundo matéria do The New York Times, essas declarações estão sendo amplamente exploradas em anúncios e discursos de campanha adversários.
Quando concorreu à presidência pela primeira vez, nas primárias de 2020, Harris buscou se aproximar da ala mais extremista do Partido Democrata. Após sua desistência, em dezembro de 2019, ela abraçou ideias que refletiam a onda de protestos de esquerda que varreu os Estados Unidos no verão de 2020.
Agora, republicanos, incluindo Donald Trump, estão utilizando essas posições para minar sua candidatura. Entre as declarações e posições criticadas estão:
- Fracking: Harris se posicionou contra o fracking, uma técnica de extração de petróleo e gás, essencial para a economia da Pensilvânia, um estado crucial para as eleições.
- Abolição do ICE: Ela disse que “pensaria” em abolir a Agência de Imigração e Alfândega (ICE), que combate a imigração ilegal
- Aumento de policiais: Harris classificou a ideia de aumentar o número de policiais como “pensamento equivocado”.
- Voto de condenados: Ela considerou a possibilidade de permitir que condenados votem.
- Recompra obrigatória de armas: Harris apoiou um programa de recompra obrigatória de armas, que forçaria os proprietários a vender certas armas ao governo.
- Eliminação do seguro de saúde privado: Ela defendeu a eliminação dos seguros de saúde privados em favor de um sistema de saúde de pagador único.
Estas posições estão sendo destacadas em anúncios e discursos de seus adversários, que buscam apresentá-la como uma candidata radical e desconectada dos eleitores moderados. Em resposta, a campanha de Harris anunciou que ela não busca mais banir o fracking, uma mudança significativa em relação a sua postura de quatro anos atrás, mas consistente com as políticas da administração Biden.
O anúncio dessa mudança é parte de uma estratégia mais ampla para rebater os ataques republicanos. A campanha de Harris planeja destacar seu histórico como promotora e procuradora-geral da Califórnia, enfatizando seu compromisso com a segurança pública e distanciando-se das alegações de radicalismo.
“Kamala Harris passou 20 anos como promotora rígida que enviou criminosos violentos para a prisão”, disse Brian Fallon, porta-voz da campanha de Harris. “Seus anos no setor de justiça e seu histórico na administração Biden-Harris desmentem as tentativas de Trump de defini-la por meio de mentiras.” Seu passado “punitivista” é visto como um problema pela ala esquerdista do partido e do eleitorado.
Além de mudar sua posição sobre o fracking, Harris agora apoia os pedidos de orçamento da administração Biden para aumentar o financiamento para a segurança nas fronteiras e já não defende um sistema de saúde totalmente estatal. Ela também endossou a proposta de Biden de proibir armas sem exigir que sejam vendidas ao governo federal.
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