Coreia do Norte fortalece defesa na fronteira com a Coreia do Sul
Coreia do Norte reforça suas defesas com novos lançadores de mísseis táticos. Tensão na península coreana aumenta com ações de Pyongyang, que demonstra postura agressiva em direção a Seul e seus aliados.
O líder norte-coreano Kim Jong-un supervisionou a entrega de 250 novos lançadores de mísseis balísticos táticos às tropas da linha de frente, informou a mídia estatal KCNA nesta segunda-feira (5). Seul afirma que o armamento poderia ser usado para ameaçar a Coreia do Sul.
Os lançadores foram descritos pela mídia estatal como uma moderna arma de ataque tático projetada pessoalmente por Kim e pronta para ser transferida para unidades do Exército Popular Coreano na fronteira com o Sul. A Coreia do Norte informou que testou um novo míssil balístico tático no mês passado.
Kim Jong-un Intensifica Defesa Norte-coreana
Com a entrega dos novos lançadores, a Coreia do Norte demonstra uma postura agressiva que visa a dissuadir ações militares da Coreia do Sul e de seus aliados. Fotografias divulgadas pela KCNA mostraram fileiras de lançadores alinhados ao lado de faixas vermelhas que clamavam pela vitória sob holofotes, num evento realizado à noite com a presença de Kim.
Num discurso, Kim culpou os Estados Unidos pela criação de um “bloco militar de base nuclear” que forçou o seu país a fortalecer ainda mais suas capacidades militares. Um porta-voz do ministério da unificação de Seul, responsável pelos assuntos intercoreanos, afirmou que os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte representam a principal ameaça à paz e à estabilidade na península coreana.
Quais são os Objetivos da Coreia do Norte com os Novos Lançadores?
Especialistas acreditam que os lançadores de mísseis balísticos táticos se destinam a ser usados de diversas maneiras, incluindo ataques ou ameaças à Coreia do Sul. Lee Sung-joon, porta-voz do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, apontou que a implantação dos lançadores perto da fronteira indica que seu alcance não seria longo.
- Demonstrar poder militar aos vizinhos e aliados norte-americanos.
- Preparar-se para eventuais conflitos ou tensões na região.
- Responder aos exercícios militares conjuntos de Seul e Washington.
Cha Du Hyeogn, investigador principal do Instituto Asan de Estudos Políticos, mencionou que Pyongyang deseja mostrar que possui capacidade para atacar seu vizinho, algo que não pode ser gerido facilmente pelos sistemas de dissuasão de Seul e Washington.
Como a Coreia do Norte Justifica Suas Ações?
A retórica do Norte não se limita apenas à segurança regional. Kim Jong-un enviou uma mensagem clara aos Estados Unidos, culpando-os pelas tensões na região. Segundo ele, a criação de um bloco militar de base nuclear forçou a Coreia do Norte a intensificar suas defesas. A eleição presidencial dos EUA também poderia estar no radar de Kim, como uma estratégia de preparação para possíveis negociações, especialmente se o ex-presidente Donald Trump vencer.
Koh Yu-hwan, professor emérito de Estudos Norte-Coreanos na Universidade Dongguk, destacou que, apesar da retórica intensificada, Pyongyang não conseguiu provocar ações estratégicas maiores. Ele lembrou que Seul e Washington realizam seus exercícios militares anuais conjuntos em agosto, conhecidos como Ulchi Freedom Shield, o que a Coreia do Norte sempre vê como um ensaio para uma invasão.
Qual o Futuro das Relações Intercoreanas?
As recentes ações e declarações da Coreia do Norte complicam o panorama das relações entre as duas Coreias. Enquanto a Coreia do Sul busca reforçar sua defesa com a ajuda dos Estados Unidos, Pyongyang mantém uma política agressiva para mostrar sua capacidade militar. A filha de Kim, Kim Ju Ae, esteve presente no evento de entrega dos novos lançadores, marcando sua primeira aparição pública em quase três meses. Segundo legisladores sul-coreanos, ela estaria sendo preparada para se tornar a próxima líder.
Os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte continuam a ser uma preocupação central para a comunidade internacional, e a entrega dos novos lançadores balísticos táticos só aumenta as tensões na península coreana. À medida que Seul e Washington se preparam para seus exercícios militares conjuntos, a resposta de Pyongyang será um indicativo crucial de seu próximo passo.
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