Coreia do Norte: candidatos oficiais vencem com 99,91% dos votos
País mais fechado do mundo e uma das ditaduras mais brutais, a Coreia do Norte realizou suas eleições de fachada neste domingo, 26, para a escolha de representantes locais nos distritos. O pleito chamou atenção por registrar uma rara dissidência...
País mais fechado do mundo e uma das ditaduras mais brutais, a Coreia do Norte realizou suas eleições de fachada neste domingo, 26, para a escolha de representantes locais nos distritos. País vive tensão após suspender na quarta, 22, acordo militar com a Coreia do Sul que vigorava desde 2018.
O pleito chamou atenção por registrar um resultado raro: “Entre os eleitores que participaram da votação, 99,91% votaram nos candidatos a deputados às assembleias populares provinciais“, disse a agência de notícias estatal KCNA. Quando 0,09% dos eleitores não votam como indicado pelo ditador, começa-se a falar, com um toque de humor macabro, em dissidência.
Os candidatos são pré-selecionados pelo governo e os locais de votação e urnas, monitorados. Segundo a imprensa estatal do país, os cidadãos devem “se lembrar do amor e da consideração que receberam do Partido e do Estado durante as eleições”.
A Coreia do Norte é um dos poucos países a ainda terem campos de concentração. Mesmo sem diminuir a brutalidade inimaginável a que os prisioneiros e seus parentes próximos são submetidos, é possível argumentar que todo país seja, na verdade, um grande campo de concentração.
Estima-se que 200 mil norte-coreanos sejam prisioneiros destes campos atualmente, onde as práticas de tortura, restrição de alimentos e abortos forçados são usuais. Dissidentes e imagens de satélite são as poucas informações que chegam ao Ocidente sobre a rotina do país, classificado por moradores, segundo matéria recente da BBC, como um “inferno sem esperança”.
Em termos de violações dos direitos humanos, tanto em gravidade quanto escala, poucos países se comparam à Coreia do Norte. Segundo o ranking 2023 da Freedom House, o país ocupa as últimas posições em respeito aos direitos civis e políticos dos cidadãos, rivalizando apenas com outros “infernos” como Eritreia, Síria e Turcomenistão.
Partidos de esquerda brasileiros costumam ter relações cordiais com a ditadura norte-coreana, chamada por eles de “Coreia Popular“. Na narrativa oficial da esquerda, a Coreia é um pais artificialmente dividido e ocupado pelos EUA, assim como Israel seria uma ocupação do “território palestino”. Foi durante o governo Lula, em 2009, que o Brasil inaugurou sua primeira embaixada na capital da Coreia do Norte, Pyongyang.
Seria cômico se não fosse ensinado em salas de aula.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)