“Coquetel de vírus” do Brasil preocupa Itália: “Basta um voo”, diz jornal
O Brasil registrou até o momento 1.585.385 casos prováveis de dengue, com 450 óbitos confirmados no país e 849 em investigação
A epidemia de dengue, que já levou pelo menos oito estados –Acre, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul– e o Distrito Federal a decretarem emergência em saúde pública, assusta também a Europa.
O jornal italiano La Repubblica publicou nesta quarta-feira, 13, uma reportagem alertando sobre os riscos que o coquetel de vírus brasileiro, formado por dengue, zika e chikungunya, pode oferecer ao país.
“Basta um único voo para levar o coquetel viral à Itália, que, por isso, ativou os controles nos aeroportos e a desinfecção dos aviões: o objetivo é prevenir o risco de propagação dos vírus em questão”, afirmou o jornal.
Os riscos para a Itália
Ao periódico italiano, o virologista Fabrizio Pregliasco, diretor-médico do Hospital Galeazzi de Milão, afirmou que o risco de o país “importar” alguma dessas doenças é alto
“Este número de casos é apenas a ponta do iceberg de uma situação maior”, disse.
Embora o mosquito Aedes aegypti, que é o vetor das três doenças, não seja comum na Itália, o mosquito tigre poderia desempenhar a tarefa no país.
Os casos ocorridos no Vêneto, Lácio e Lombardia “mostraram que infelizmente o nosso mosquito tigre, que agora se tornou um dos dominantes, tem a capacidade de espalhar a doença”, disse Pregliasco.
Portanto, diz a publicação, os vírus podem ser “transportados” à Itália por mosquitos locais. Basta que eles tenham picado uma pessoa infectada para espalhar a dengue pelo país.
Em 2023, a Itália contabilizou 82 casos autóctones de dengue e 280 importados de viajantes oriundos de locais onde a doença é endêmica, como o Brasil.
Brasil, uma bomba viral
O Brasil registrou até o momento 1.585.385 casos prováveis de dengue, com 450 óbitos confirmados no país e 849 em investigação, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde.
Já os casos prováveis de zika, em 2024, são 1.380, o maior número desde 2019. Contudo, nenhuma morte foi relacionada à doença.
Em relação à chikungunya, são 78.775 casos prováveis, 31 óbitos confirmados e 58 em investigação.
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