Conheça Mélenchon, o líder francês antissemita amigo de Lula
Mélenchon vê Israel como um mal demoníaco, enquanto banaliza o Hamas como um movimento de resistência. Ele se recusa a descrever a organização terrorista como tal. O partido de Mélenchon, La France Insubmise (LFI), classificou o massacre de 7 de Outubro como uma reação às “políticas de ocupação”
Os eleitores franceses frustraram Marine Le Pen e os populistas de direita. Mas os vencedores populistas de esquerda também são perigosos.
Com estas eleições, já não existem maiorias claras, existe uma ameaça de bloqueio governamental e a nova aliança de esquerda é liderada Jean-Luc Mélenchon, um radical conhecido por incitar abertamente contra judeus, a fim de mobilizar os eleitores muçulmanos.
O sucesso eleitoral de Mélenchon foi recebido com horror, especialmente nas comunidades judaicas da França. O rabino da sinagoga La Victoire em Paris, Moshe Sebbag, até aconselha os jovens judeus a emigrar para Israel ou para um país mais seguro. O pano de fundo: Mélenchon criou sistematicamente um sentimento antissemita durante meses, a fim de mobilizar os eleitores muçulmanos para a esquerda.
Campanha antijudaica
Mélenchon vê Israel como um mal demoníaco, enquanto banaliza o Hamas como um movimento de resistência. Ele se recusa a descrever a organização terrorista como tal. O partido de Mélenchon, La France Insubmise (LFI), classificou o massacre de 7 de Outubro como uma reação às “políticas de ocupação”.
Mélenchon retratou especificamente Rima Hassan como o principal político do seu partido. O franco-palestino, de 32 anos, é a ponta de lança de sua campanha antijudaica e espalha propaganda agressiva contra tudo que é judeu, contra seu suposto “lobby sionista” e especialmente contra Israel, como nesta bostagem bizarra feita em seu perfil na rede social X:“Israel usa cães treinados para estuprar palestinos em centros de detenção.”
Mélenchon participou de manifestações árabes contra a alegada “islamofobia” em Paris, onde homens barbudos gritaram “Allahu akbar” e os manifestantes se enfeitaram com estrelas judaicas como se fossem os perseguidos do presente. Por vezes, ele organizou a sua campanha como uma manifestação anti-Israel e disse estar orgulhoso do “povo” que se levantou “contra o genocídio em Gaza”.
Com tudo isto, ele tentou com sucesso mobilizar os eleitores no Magreb e nos distritos árabes onde o ressentimento contra Israel e os judeus é generalizado.
Existem mais de 4,2 milhões de eleitores muçulmanos em França, representando cerca de 10% do eleitorado total. De acordo com as análises, os seus votos contribuíram particularmente para o fortalecimento da esquerda – por isso o cálculo de Mélenchon de mobilizar os eleitores com uma campanha eleitoral antijudaica funcionou.
Inimigo da República
O filósofo judeu Bernard-Henri Lévy chama Mélenchon de antissemita e “inimigo da república” em um artigo sobre X. Ele espera que o presidente francês, Emmanuel Macron, não o nomeie primeiro-ministro.
Os sociais-democratas franceses, que pertencem à Frente Popular de esquerda, deveriam pôr fim à sua associação com Mélenchon, exigiu Lévy.
Por enquanto, Macron descartou a colaboração com La France insoumise. Mélenchon é tão controverso mesmo dentro da aliança de esquerda que os quatro partidos não conseguiram chegar a acordo sobre um candidato líder comum. Uma proposta para um novo primeiro-ministro só agora está a sendo trabalhada.
“Ninguém quer ser alemão”
Além do seu antissemitismo, Mélenchon também nutre um estranho ódio pela Alemanha. Ele escreveu o seu ódio pela Alemanha num livro intitulado “O Arenque Bismarck – o Veneno Alemão”, que está repleto de ressentimento anti-alemão.
Ele culpa a Alemanha por todos os tipos de males: Berlim criou uma “Europa germanizada” para oprimir todos os outros. A Alemanha seria um “monstro” responsável pela poluição ambiental da Europa, bem como pela situação difícil dos agricultores franceses.
Em 2014, ele atacou a chanceler alemã Angela Merkel no Twitter com as palavras: “Cale a boca, Sra. Merkel. A França está livre.” Para Mélenchon, Angela Merkel teria que “ir para o lixo”.
“A Alemanha é um modelo para pessoas que não estão interessadas na vida”, queixa-se. “Ninguém quer ser alemão. São mais pobres que a média, morrem mais cedo que os outros e não têm filhos”, escreveu também. A reunificação alemã, segundo ele, foi uma “anexação ilegal”.
Resumindo: Mélenchon combina populismo agressivo de esquerda com ressentimento brutal contra judeus e alemães.
O amigo de Lula e do PT
O leitor brasileiro pode se familiarizar com Mélenchon consultando o site do Partido dos Trabalhadores. Lá se pode ler, por exemplo, nota escrita por ocasião da disputa presidencial na França, em 2022, na qual Mélenchon concorreu com Le Pen e Macron, ficando em terceiro lugar.
Na referida nota, o PT manifesta seu “reconhecimento e gratidão pela irrestrita solidariedade que os companheiros da França Insubmissa sempre demonstraram ao Partido dos Trabalhadores”, afirma que não esquecerá “de sua firme posição diante do golpe contra a presidenta Dilma e da condenação injusta e ilegal do presidente Lula” e finalmente deseja “sucesso ao companheiro Jean-Luc Mélenchon e a França Insubmissa nas jornadas eleitorais”.
Mélenchon sempre foi bastante próximo a Lula, chegando a declarar, em 2019, “Considero Lula um semelhante, um amigo, uma figura muito importante em nossa família ideológica. Sou um herdeiro de Lula, como toda a nova esquerda europeia é.”
Por ocasião da anulação das condenações da Lava Jato contra Lula, Jean-Luc Mélenchon, escreveu: “Após cinco anos de perseguição, todas as ações judiciais contra Lula da Silva foram anuladas! Lula está livre. O ‘juiz’ Moro e sua gangue repudiados. A magistratura brasileira recusa-se a fazer o trabalho político sujo”.
Como era de se esperar, o Partido dos Trabalhadores comentou a recente eleição legislativa na França. Em publicação no site oficial do partido, em 8 de julho, lê-se: “O presidente sempre teve uma ótima relação com a França, como provam as recepções oficiais e a cobertura da imprensa local a cada vez que visita o país. Mas é com Jean-Luc Mélenchon que ele tem mais proximidade”.
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