Colômbia suspende cessar-fogo com dissidentes das FARC
O governo informou que a partir desta quarta-feira, 20, retomará as operações militares contra o Estado Mayor Central
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou neste domingo, 17, a suspensão do cessar-fogo com um dos grupos armados com os quais tinha esperanças de negociar acordos de paz. A decisão veio após o grupo violar a trégua, atacando uma comunidade indígena.
O governo informou que a partir desta quarta-feira, 20, retomará as operações militares contra o Estado Mayor Central, um conjunto de combatentes que se desvinculou das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) após a assinatura de um pacto de paz em 2016.
Líderes indígenas na região ocidental de Cauca, marcada por conflitos, relataram que o ataque do grupo dissidente, ocorrido no sábado, 16, deixou pelo menos três pessoas feridas e um estudante foi levado à força.
Em publicação na plataforma X, Petro acusou o grupo de “violar o acordo de cessar-fogo”, acreditando que utilizavam as negociações de paz como fachada para “fortalecer-se militarmente”.
A suspensão do cessar-fogo representa um revés político para Petro, ex-rebelde que se tornou o primeiro líder de esquerda da Colômbia, prometendo consolidar a “paz total” em um país há muito devastado por conflitos armados.
Ele buscou reformular a abordagem do país em relação às suas décadas de conflito, alegadamente tratando a pobreza enquanto negociava a paz com grupos armados para minimizar o derramamento de sangue. Contudo, o conflito continua em muitas áreas rurais da nação sul-americana.
Com a implementação das disposições do acordo de paz com as FARC em atraso, um número crescente de ex-rebeldes rearmou-se contra o governo, juntando-se a um conjunto tóxico de gangues de drogas e grupos guerrilheiros na luta pelo poder.
Um relatório de uma agência da ONU, divulgado na sexta-feira, alertou que mais de 8 milhões de pessoas na Colômbia necessitam de ajuda humanitária, principalmente devido à expansão do conflito armado no país.
Por décadas, as FARC constituíram o principal movimento guerrilheiro na Colômbia, ligadas ao tráfico de cocaína e responsáveis por inúmeras mortes. Em 2016, o grupo celebrou um acordo de paz, mas dissidentes, reunidos sob a bandeira do EMC, recusaram-se a aderir ao acordo naquela época. Apenas no último ano, esses dissidentes iniciaram conversações com o governo de Petro.
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