Coletiva de imprensa não põe fim à polêmica com atletas intersexo
Em uma coletiva de imprensa caótica realizada na segunda-feira, 5 de agosto, a IBA reforçou as alegações de que o Comitê Olímpico Internacional havia colocado o esporte feminino em risco
A administração esportiva de Taiwan ameaçou a Associação Internacional de Boxe com ação legal por sua “publicação contínua de informações falsas” em relação à disputa de elegibilidade de gênero nos Jogos Olímpicos.
Em uma coletiva de imprensa caótica realizada na segunda-feira, 5 de agosto, a IBA reforçou as alegações de que o Comitê Olímpico Internacional havia colocado o esporte feminino em risco ao permitir que Lin Yu-ting, representando Taiwan e Imane Khelif, da Argélia, competissem em Paris.
As boxeadores foram proibidas pela IBA de participar do campeonato mundial no ano passado depois que o órgão regulador do boxe disse que realizou testes que levaram à conclusão de que elas não atendiam aos critérios de elegibilidade de gênero.
O chefe russo da organização, Umar Kremlev, disse, em uma videoconferência desconexa de um escritório aparentemente localizado em Moscou, que as atletas tinham “nível masculino de testosterona”.
Testes de cromossomo
O representante médico da IBA na coletiva de imprensa, Ioannis Filippatos, e o presidente-executivo da organização, Chris Roberts, ex-chefe do boxe escocês, disseram que as atletas fizeram testes de cromossomos em vez de um teste para testosterona. “Os resultados dos testes de cromossomos demonstraram que ambas as boxeadoras eram inelegíveis”, disse Roberts.
Roberts acrescentou que não poderia fazer mais comentários após receber cartas das autoridades taiwanesas e argelinas naquela manhã alertando-o para não divulgar informações pessoais relacionadas às boxeadores.
Na terça-feira, 6, a administração esportiva taiwanesa emitiu uma declaração tornando público seu descontentamento com os comentários contínuos da IBA sobre o caso que ganhou as manchetes pela primeira vez depois que a italiana Angela Carini abandonou sua luta contra Khelif após 46 segundos de luta, alegando que nunca havia sido atingida com mais força.
Um porta-voz disse: “A administração esportiva protesta seriamente contra a publicação contínua de informações falsas pela Associação Internacional de Boxe, obscurecendo os fatos e tentando interferir na conduta normal do evento, independentemente dos direitos e interesses dos atletas.
A IBA foi destituída de seu status de reguladora no ano passado por sua falha em implementar reformas em governança e finanças e o COI descreveu os supostos testes da organização como carentes de credibilidade.
O COI então afirmou que ambas as boxeadoras são elegíveis para competir em Paris, pois foram registradas como mulheres ao nascer e têm passaportes nos quais são categorizadas como femininas.
Lutas polêmicas
Após a vitória da boxeadora argelina Imane Khelif sobre a italiana Angela Carini nos Jogos Olímpicos, centenas de milhares de pessoas ficaram enfurecidas nas redes sociais, questionando a feminilidade da argelina e pedindo que ela seja excluída das Olimpíadas. A escritora JK. Rowling e o proprietário do X, Elon Musk também entraram na discussão.
Imane Khelif e Lin Yu-ting foram excluídas do campeonato do ano passado porque, segundo a Associação Internacional de Boxe (AIB), elas falharam no teste de DNA. Em vez dos cromossomos sexuais XX, diz-se que foram detectados cromossomos sexuais XY.
Segundo um estudo, isso afeta 6,4 em cada 100.000 mulheres. Se isto for verdade, ambas as atletas seriam intersexo.
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