Cientistas descobrem civilização antiga do "Saara Verde"

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Cientistas descobrem civilização antiga do “Saara Verde”

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3 minutos de leitura 03.04.2025 11:46 comentários
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Cientistas descobrem civilização antiga do “Saara Verde”

O abrigo rochoso de Takarkori, localizado no sudoeste da Líbia, oferece uma visão fascinante sobre a história do Saara.

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Cientistas descobrem civilização antiga do “Saara Verde”
Cientistas descobrem civilização antiga do "Saara Verde" - Créditos: depositphotos.com / magann

O abrigo rochoso de Takarkori, localizado no sudoeste da Líbia, oferece uma visão fascinante sobre a história do Saara. Atualmente, essa região é dominada por dunas de areia e rochas áridas, mas há cerca de 7.000 anos, era um ambiente verdejante e hospitaleiro. Pesquisadores têm se dedicado a desvendar os mistérios dos antigos habitantes desse “Saara verde”, e recentemente conseguiram sequenciar os primeiros genomas completos de restos mortais encontrados no local.

Esses genomas pertencem a duas mulheres que viveram em Takarkori, uma área que, no passado, era uma savana rica em árvores, lagos e rios. Essa paisagem abrigava uma variedade de animais, como hipopótamos e elefantes, além de comunidades humanas primitivas. A descoberta desses genomas representa um marco na arqueologia, especialmente considerando as condições extremas do deserto.

Quem eram os habitantes do Saara verde?

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A análise genômica dos restos mortais revelou que os habitantes do Saara verde eram uma população isolada e desconhecida até então. Essa população provavelmente ocupou a região por dezenas de milhares de anos, sem evidências de miscigenação significativa, ao contrário do que ocorreu na Europa. Essa descoberta desafia a ideia de que o Saara serviu como um corredor de migração entre a África subsaariana e o Norte da África.

Os habitantes de Takarkori eram pastores que criavam ovelhas e cabras, mas a origem dessa prática ainda é debatida. Enquanto alguns pesquisadores sugerem que o pastoreio foi introduzido por meio de migrações do Oriente Próximo, o isolamento genético do grupo indica que essa prática pode ter sido adotada através de trocas culturais com outros grupos.

Como foi possível recuperar DNA antigo no Saara?

A recuperação de DNA antigo em ambientes quentes e áridos, como o Saara, é um desafio significativo. O DNA se preserva melhor em climas frios, mas os avanços nas técnicas de extração e análise genética permitiram que os cientistas obtivessem material genético suficiente das múmias de Takarkori. Isso possibilitou o sequenciamento dos genomas completos, oferecendo uma visão mais detalhada sobre a ancestralidade e as conexões culturais dos antigos habitantes.

O estudo dos genomas revelou que, apesar do isolamento genético, os habitantes de Takarkori estavam conectados culturalmente com outras regiões da África. Evidências de cerâmica e outros artefatos indicam interações com grupos do Vale do Nilo e da África subsaariana, sugerindo uma rede de trocas culturais complexa.

Qual é o impacto dessas descobertas para a arqueologia?

As descobertas em Takarkori têm implicações significativas para a compreensão das migrações humanas e das mudanças culturais no Saara. A análise dos genomas completos oferece uma nova perspectiva sobre a história genética da região, destacando a importância das trocas culturais na disseminação de práticas como o pastoreio.

Além disso, o sucesso na recuperação de DNA em condições adversas abre novas possibilidades para a pesquisa arqueológica em regiões desérticas. Estudos futuros que integrem evidências arqueológicas e genômicas prometem revelar mais sobre as complexas interações humanas no passado do Saara.

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