CIDH condena prisões de manifestantes e jornalistas na Venezuela
A ditadura de Nicolás Maduro ampliou no sábado a caçada humana a opositores e defensores de direitos humanos
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou a detenção de manifestantes, ativistas e jornalistas na Venezuela após a farsa eleitoral de Nicolás Maduro.
Em publicação no X, o órgão afirmou:
“A situação dos direitos humanos na Venezuela continua preocupante e apelamos claramente à libertação imediata de Kennedy Tejeda e Freddy Ferrer, além de todos aqueles que foram privados da sua liberdade por exercerem o seu direito de protesto e liberdade de expressão.”
No sábado, como mostramos, o veículo jornalístico digital LaDataEc, do Equador, denunciou a detenção da jornalista Dayana Krays pelo regime de Maduro. Krays estava em Caracas para cobrir a manifestação convocada pela opositora venezuelana María Corina Machado.
Também no sábado, a Associação de Imprensa de Madri (APM) denunciou a expulsão da Venezuela do jornalista e diretor do jornal The Objective, Álvaro Nieto. Em comunicado, a entidade considerou que a atitude do regime de Nicolás Maduro demonstra “desprezo pela liberdade de imprensa”.
Segundo o The Objective – com sede na Espanha –, Álvaro Nieto foi interrogado durante duas horas e depois expulso do país durante a madrugada, sem ter recebido explicações sobre o que ocorreu. Ele também foi impedido de entrar em contato com a Embaixada da Espanha enquanto esteve detido em Caracas.
Pelo menos quinze jornalistas de vários países foram expulsos da Venezuela nos últimos dias.
No domingo da votação, o Ipys (Instituto de Imprensa e Sociedade) registrou ao menos 41 violações à liberdade de imprensa na Venezuela, incluindo uma detenção, uma deportação e 12 agressões físicas e verbais.
Outro casos de deportação foi o do jornalista espanhol Cake Minuesa, do Ok Diario.
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Ditadura amplia caçada humana a opositores e ativistas
Como mostrou a revista Crusoé, a ditadura de Nicolás Maduro ampliou a caçada humana a opositores e defensores de direitos humanos no sábado.
O método utilizado é o “tun tun”, que remete ao barulho de uma mão batendo na porta — como o “tok tok”, em português. O termo foi criado pelo número dois do chavismo, Diosdado Cabello, em 2014.
O “tun tun” ocorre quando oficiais do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) e da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM) batem nas portas das pessoas procuradas sem nenhum mandado ou acusação.
O defensor de direitos humanos Yendri Velásquez foi preso neste sábado quando estava no aeroporto de Maiquetía, perto de Caracas. Velásquez é um conhecido ativista dos direitos humanos da comunidade LGBT e é diretor do Observatório Venezuelano da Violência LGBTIQ+.
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