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China: Queda de nascimentos gera crise

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 19.03.2024 08:30 comentários
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China: Queda de nascimentos gera crise

Descubra como o "Inverno Demográfico na China" está fechando hospitais obstétricos e desafiando o crescimento.

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China: Queda de nascimentos gera crise
Fonte: REUTERS/Stringer

Recentemente, um fenômeno preocupante tem se tornado cada vez mais evidente na China, indicando uma mudança drástica na dinâmica demográfica do país. Várias instituições hospitalares anunciaram o encerramento de seus serviços obstétricos, sinalizando o que muitos especialistas estão chamando de “inverno obstétrico”. Mas o que está por trás dessa tendência alarmante, e quais podem ser suas consequências a longo prazo para a nação mais populosa do mundo?

No coração deste fenômeno está um declínio dramático no número de nascimentos. Esta queda não é apenas uma questão de escolha pessoal; reflete um caleidoscópio de desafios socioeconômicos mais amplos. Os custos proibitivos de criar filhos, juntamente com a relutância em pausar carreiras ou entrar em matrimônio, são fatores significativos que desencorajam muitas mulheres chinesas de ter filhos. Em uma sociedade que ainda visualiza as mulheres principalmente como cuidadoras primárias, as barreiras à maternidade se tornam ainda mais complicadas devido à discriminação de gênero persistente.

Por Que os Hospitais Chineses Estão Fechando Departamentos Obstétricos?

No início de 2024, uma série de hospitais nas províncias de Zhejiang e Jiangxi anunciaram o fechamento de seus departamentos de obstetrícia. O Hospital do Povo de Ganzhou em Jiangxi, por exemplo, suspendeu seus serviços obstétricos a partir de 11 de março, enquanto o Hospital de Medicina Tradicional de Jiangshan, em Zhejiang, descontinuou suas operações obstétricas a partir de 1º de fevereiro. Esses movimentos refletem uma realidade preocupante: a demanda decrescente por tais serviços, alimentada pela queda no número de nascimentos.

Esta tendência não se limita a uma ou duas localidades; é um fenômeno nacional que desafia as medidas incentivadoras do governo. A queda para 793 em 2021 do número de hospitais maternidade, de 807 em 2020, conforme os dados da Comissão Nacional de Saúde da China, destaca uma crise emergente. E apesar dos esforços para incentivar os jovens casais a aumentarem a taxa de natalidade por meio de benefícios fiscais e financeiros, bem como subsídios habitacionais, a realidade demográfica parece sombria.

Qual o Impacto do “Inverno Obstétrico” na Economia e Sociedade?

A implicação a longo prazo desse inverno demográfico para a China é motivo de grande preocupação. Com uma sociedade que envelhece rapidamente e uma força de trabalho em diminuição, o potencial de crescimento econômico do país está em risco. Enfrentando um declínio populacional pelo segundo ano consecutivo em 2023, agravado por taxas de natalidade recordemente baixas e altos índices de mortalidade devido à COVID-19, a China está à beira de uma transformação demográfica com consequências profundas.

Além disso, com a China sendo um dos lugares mais caros do mundo para criar um filho, em relação ao PIB per capita, as barreiras econômicas para a paternidade continuam a crescer. As mulheres, em particular, enfrentam um custo de oportunidade significativo ao dar à luz, um fator que apenas contribui para a profundidade do desafio.

Existe Luz no Fim do Túnel?

Apesar dessa perspectiva sombria, houve um ligeiro aumento no número de nascimentos durante o Ano do Dragão, que começou em 10 de fevereiro. Tradicionalmente considerado um signo zodíaco auspicioso, o Dragão poderia sinalizar uma breve reviravolta na taxa de natalidade. No entanto, demógrafos alertam que tal “boom” de bebês do Dragão provavelmente será efêmero.

A questão que permanece é: as políticas governamentais podem efetivamente reverter essa tendência? Enquanto a China enfrenta seu inverno demográfico, as respostas a essa pergunta tornar-se-ão cruciais não apenas para o futuro do país, mas também para a estabilidade da região e o equilíbrio econômico global. Portanto, as próximas estratégias e políticas adotadas pelo governo serão observadas atentamente por observadores internacionais e cidadãos chineses.

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