Chefe de campanha da oposição é detida pela polícia secreta na Venezuela
María Oropeza, chefe de campanha de María Corina Machado, foi presa pela ditadura de Nicolás Maduro
María Oropeza, chefe do comando de campanha ConVzla no estado de Portuguesa e integrante do partido Vente Venezuela, foi detida na noite desta terça-feira, 6, por agentes da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), a polícia secreta da Venezuela. A prisão de Oropeza, realizada sem qualquer embasamento legal, é um exemplo claro de repressão política brutal.
A líder do Vente Venezuela, María Corina Machado, denunciou a detenção como arbitrária e exigiu a liberação imediata de Oropeza. Machado também alertou a comunidade internacional sobre a situação e responsabilizou o regime pela integridade física de Oropeza. Em suas redes sociais, ela escreveu:
“Ela é María Oropeza. Uma jovem extraordinariamente corajosa, inteligente e generosa de Portuguesa. É a Coordenadora do @ConVzlaComando em Portuguesa e fez um trabalho extraordinário unindo e organizando os cidadãos do seu estado. O regime acabou de levá-la à força e não sabemos onde ela está. Eles a sequestraram! Peço a todos, dentro e fora da Venezuela, que exijam sua liberdade imediata!”
Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), também se manifestou na rede X:
“A detenção de María Oropeza se soma ao expediente de denúncias de crimes contra a humanidade do regime de Maduro com mais de 1000 detenções resultado da perseguição política. Essa irracionalidade repressiva deve ser detida já.”
O perfil de direitos humanos do partido Vente Venezuela também destacou a gravidade do caso:
“Funcionários da polícia secreta detiveram María Oropeza, chefe do comando de campanha ConVzla em Portuguesa. Entraram à força e sem ordem judicial. Alertamos a comunidade internacional sobre essa situação. O regime é responsável por sua integridade física.”
Venezuela: prisões, mortes e endurecimento do regime
Esta não é a primeira prisão feita pelo governo de Nicolás Maduro. Na quinta-feira, 1º de agosto, Maduro afirmou ter prendido mais de 1.200 pessoas após os protestos que tomaram o país depois das eleições de 28 de julho. Maduro também prometeu capturar outras mil pessoas. A própria María Corina Machado teme ser alvo de prisão.
María Corina Machado é uma das principais líderes da oposição venezuelana. Ela é conhecida por sua postura firme contra o governo de Nicolás Maduro e por suas críticas severas ao chavismo. Machado tem uma longa trajetória política e foi a vencedora das primárias da oposição em 2023, sendo indicada para enfrentar Maduro nas eleições presidenciais de 2024, embora sua candidatura tenha sido barrada pelo Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela.
Nas eleições presidenciais venezuelanas de 2024, Nicolás Maduro concorreu contra Edmundo González, um ex-diplomata de 74 anos, que foi apoiado por María Corina Machado. A polícia secreta invadiu o local onde Oropeza estava, à força, segundo o Comitê de Direitos Humanos do Vente Venezuela, que divulgou um vídeo do momento da invasão.
A crise na Venezuela se intensificou após as eleições de 28 de julho, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), presidido por um aliado de Maduro, declarou-o vencedor com 51,2% dos votos, enquanto Edmundo González obteve 44,2%, com 96,87% das urnas apuradas. A oposição, liderada por María Corina Machado, contestou os resultados, alegando fraude eleitoral e afirmando que as atas eleitorais indicavam que González havia obtido 70% dos votos.
Até o momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre a detenção de María Oropeza, chefe do comando de campanha de María Corina Machado, na Venezuela. A falta de uma declaração oficial pode ser interpretada de várias maneiras, incluindo uma possível cautela diplomática ou a espera por mais informações antes de tomar uma posição pública.
Na terça, 30, Lula afirmou que, até o momento, não via “nada de grave, nada de assustador” no processo eleitoral venezuelano, destacando que o impasse deveria ser resolvido com a divulgação das atas eleitorais. Ele enfatizou que é um “processo normal, tranquilo” e que tanto a oposição quanto o governo têm o direito de se expressar e provar suas posições.
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