Chanceler de Maduro ataca Centro Carter e jornalista rebate
Mais cedo nesta quinta, a chefe da missão, Jennie Lincoln, afirmou que o candidato da oposição Edmundo González venceu o ditador
O ministro das Relações Exteriores do regime de Nicolás Maduro, Yvan Gil (foto), atacou a missão de observação eleitoral do Centro Carter nesta quinta-feira, 8 de agosto.
Mais cedo nesta quinta, a chefe da missão, Jennie Lincoln, afirmou que o candidato da oposição Edmundo González venceu o ditador na votação de 28 de julho na Venezuela.
Ela também desmentiu a alegação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão eleitoral dominado pelo chavismo, de que haveria evidências de um ataque hacker ao sistema eleitoral venezuelano.
Em seu ataque ao Centro Carter, Gil disse no X: “Todo o trabalho e prestígio que construíram o presidente Jimmy Carter são jogados no lixo por este funcionário do Departamento de Estado. Sra. Jennie Lincoln mente descaradamente, nenhuma de suas palavras corresponde à realidade ou legalidade”.
A publicação do ministro de Maduro foi rebatida pela jornalista venezuelana Andreina Flores.
A jornalista, que vive em Paris, na França, afirmou: “O convite para o Carter Center como observador eleitoral veio diretamente do governo que o senhor representa, Sr. Gil. Por que não respeitar as conclusões do seu trabalho? Por que não são favoráveis a Maduro? O centro Carter só é bom quando favorece as suas tendências políticas? Fico feliz que se refira aos crimes eleitorais… porque então posso colocar-lhe várias questões: porque é que o CNE não apresentou as actas e os resultados tabela a tabela? Não há, até agora, nenhuma tabulação de números que comprove a suposta reeleição de Maduro. Porque é que o CNE se recusou a auditar o sistema de transmissão para verificar se foi pirateado? Deveríamos simplesmente acreditar na palavra do CNE? Como diz [o jornalista venezuelano Eugênio Martínez], votar não é um ato de fé. Você tem que mostrar as atas. Onde estão?“.
Falta de transparência
A chefe da delegação do Centro Carter, Jennie Lincoln, criticou a falta de transparência do CNE da Venezuela.
“A grande irregularidade do dia da eleição foi a falta de transparência do CNE e o flagrante desrespeito às suas regras do jogo em termos de produzir o verdadeiro voto do povo venezuelano”, disse Jennie Lincoln.
Segundo ela, o centro de monitoramento de eleições “fez os mesmos cálculos” a partir dos dados disponíveis que a oposição usou, confirmando, com outras organizações e universidades, que Edmundo Gonzalez venceu com mais de 60% dos votos.
A oposição venezuelana publicou os registros de votação em um site para mostrar que Edmundo González derrotou o ditador com 67% dos votos. O CNE, no entanto, declarou a “vitória” de Maduro com 52% dos votos e sem divulgar as atas.
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