Cerco a embaixada foi decisivo para exílio de González, diz advogado
Segundo advogado, González entendeu no momento do cerco que mesmo representações diplomáticas não estavam a salvo da ditadura
Jose Vicente Haro, advogado do opositor venezuelano Edmundo González (foto), afirmou que o cerco do regime de Nicolás Maduro à Embaixada da Argentina em Caracas, na semana passada, foi definidor para a saída do candidato do país para iniciar seu exílio na Espanha.
No sábado, 7 de setembro, a Venezuela revogou a custódia brasileira à Embaixada da Argentina em Caracas. Um dia antes, a polícia venezuelana cercou o local e cortou a energia para forçar a saída de opositores de Maduro.
“Influenciou muito. Ao longo daquela semana, ele já sentia que a pressão havia aumentado. Mas o assédio dos órgãos de segurança do Estado foi um sinal do que o oficialismo era capaz de fazer”, disse Haro à Folha.
Segundo o advogado, González entendeu no momento do cerco que mesmo representações diplomáticas não estavam a salvo. Disse ainda que o líder opositor foi “quebrado psicologicamente” e temia por sua esposa, Mercedes.
“Ele não estava em condições psicológicas de exercer seu livre arbítrio sem pressões”, acrescentou.
O Itamaraty assumiu a representação da sede diplomática argentina após a ditadura venezuelana determinar a expulsão do corpo diplomático argentino e de outras seis nações da América Latina.
O cerco à embaixada argentina foi suspenso no domingo, 8, após o opositor Edmundo González Urrutia deixar a Venezuela rumo ao exílio forçado na Espanha.
Maduro provoca Lula
Enquanto Lula resiste em adotar uma posição contundente sobre Nicolás Maduro, dizendo que o ditador venezuelano “deixa a desejar” ao mesmo tempo em que sugere a realização de novas eleições, o regime chavista continua provocando o petista a chancelar a farsa eleitoral de 28 de julho.
Ao anunciar uma parceria entre a ditadura venezuelana e o Movimento Sem Terra, o ex-ministro das Relações Exteriores da Venezuela Jorge Arreaza disse que Maduro “cumpre o projeto sonhado pelo comandante Hugo Chávez e pelo MST (e pelo governo do Brasil naquela época, diferente do atual)”.
“Terras na Venezuela para que transferiram [o MST] seus conhecimentos em produção agroecológica para o nosso campesinato comunitário e produzam para a vida, em escalas antes inimagináveis”, acrescentou o ex-chanceler, que atualmente ocupa a vice-presidência do Conselho Comunal e Comunas do PSUV, o partido de Maduro, no Telegram.
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