Cerco à embaixada da Argentina em Caracas completa uma semana
Sem acesso a energia e água potável, opositores políticos asilados na sede diplomática sob custódia do Brasil relatam situação “crítica”
Os seis opositores políticos asilados na Embaixada da Argentina em Caracas relatam enfrentar uma situação “crítica” depois de mais de uma semana de cerco por forças do regime chavista. Sob proteção diplomática do Brasil desde agosto, o grupo denuncia a interrupção de serviços básicos como fornecimento de água e de energia elétrica.
Omar González, colaborador próximo da líder opositora María Corina Machado, usou as redes sociais para fazer um alerta neste domingo, 1º de novembro.
“Estamos sem luz desde segunda-feira e impedidos de reabastecer a água potável”, afirmou em publicação no X.
Em outra publicação, Pedro Urruchurtu, outro opositor asilado na embaixada, destacou que o tanque de água da residência foi esvaziado após dias de racionamento.
A Plataforma Democrática Unitária (PUD), principal coalizão opositora, fez um apelo à comunidade internacional para encerrar o que classificou como “cerco criminoso” aos asilados. Entre eles estão colaboradores do partido Vente Venezuela, liderado por María Corina Machado.
O regime de Nicolás Maduro nega o cerco. Diosdado Cabello, ministro do Interior e número 2 da ditadura chavista, ironizou a situação ao dizer que os asilados deveriam “pagar pelos serviços”.
Desde agosto a embaixada está sob custódia do Brasil, apesar de Maduro ter revogado a medida.
Organizações internacionais alertam que a situação representa um perigoso precedente para outras missões diplomáticas em Caracas e põe em risco a segurança de dissidentes perseguidos pelo regime.
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Cerco à embaixada protegida pelo Brasil
Em 7 de setembro, a Venezuela revogou a custódia brasileira à embaixada da Argentina em Caracas. Um dia antes, a polícia venezuelana cercou o local e cortou a energia para forçar a saída de opositores de Maduro.
O Itamaraty assumiu a representação da sede diplomática argentina após a ditadura venezuelana determinar a expulsão do corpo diplomático argentino e de outras seis nações da América Latina.
O cerco à embaixada argentina foi suspenso no domingo, 8, após o opositor Edmundo González Urrutia deixar a Venezuela rumo ao exílio forçado na Espanha.
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