A Stellantis, uma das principais montadoras globais, anunciou que Carlos Tavares se aposentará como CEO no início de 2026, ao final de seu atual contrato. A montadora, formada pela fusão da Fiat-Chrysler com a Peugeot em 2021, busca nova liderança para superar os desafios nos Estados Unidos.

Queda de Desempenho Financeiro

Enfrentando dificuldades financeiras, a Stellantis viu suas vendas e lucros caírem, notadamente na América do Norte, uma região historicamente lucrativa. A empresa já revisou suas previsões de lucros para 2024 e está considerando reduzir dividendos e recompra de ações em 2025.

Analistas do setor criticam as estratégias da Stellantis, destacando problemas no mercado norte-americano, que contribuíram para uma queda de 42% no valor das ações este ano. Veículos icônicos como os caminhões Jeep e Ram não mantiveram seu rendimento lucrativo anterior.

Mudanças na Liderança

Para enfrentar esses desafios, a Stellantis fez alterações significativas na gestão. Doug Ostermann, anteriormente COO da divisão chinesa, é o novo diretor financeiro, sucedendo Natalie Knight. Antonio Filosa tornou-se COO da América do Norte e permanece CEO da marca Jeep, em substituição a Carlos Zarlenga.

Essas mudanças fazem parte de uma estratégia para recuperar a confiança de investidores e revendedores. Nos últimos 12 meses, 21 alterações ocorreram na gestão sênior, levantando questões sobre a estabilidade interna da empresa.

Desafios e Adaptações na Gestão

Carlos Tavares respondeu às críticas de investidores e sindicatos contemplando o encerramento de algumas das 14 marcas da Stellantis com desempenho insatisfatório, incluindo a Maserati e a Fiat, visando reduzir custos e melhorar a eficiência.

A estrutura corporativa está sendo reorganizada, com a integração da cadeia de suprimentos à manufatura, com a intenção de aprimorar o desempenho dos fornecedores. Tavares se refere a essa fase como um “período darwiniano” para a indústria, destacando a necessidade de adaptação.

Perspectivas Futuras para a Stellantis

A busca por um sucessor para Tavares, até o quarto trimestre de 2025, traz incertezas sobre o rumo da Stellantis. A empresa enfrenta grandes desafios financeiros e organizacionais e precisa reconquistar a confiança do mercado.

Há expectativas de resultados concretos das recentes mudanças gerenciais e organizacionais para acalmar investidores e parceiros. A indústria automobilística monitora de perto a Stellantis para ver se suas iniciativas de transformação trarão sucesso em um mercado altamente competitivo.