Casa Branca celebra “Dia da Visibilidade Trans” na Páscoa e enfrenta críticas
Anúncio do governo Biden sobre a celebração do Dia da Visibilidade Transgênero na mesma data da Páscoa gera controvérsia nos EUA
A decisão da Casa Branca de proclamar o Dia da Visibilidade Transgênero neste 31 de março, domingo de Páscoa, desencadeou uma onda de críticas por parte de conservadores e outros setores da sociedade americana.
Segundo a Fox News, o anúncio gerou reações adversas nas redes sociais, acusando o presidente Joe Biden de atacar o cristianismo ao sobrepor uma data importante para a comunidade LGBTQ+ a uma das mais sagradas celebrações cristãs.
Além das críticas sobre a proclamação, observadores destacaram a celebração pela Casa Branca de pelo menos outras sete datas comemorativas relacionadas às questões LGBTQ+, incluindo o “Dia Nacional de Sair do Armário” em outubro e o “Dia da Memória Transgênera” em novembro.
O presidente Biden, que se identifica como católico, publicou uma mensagem no domingo de Páscoa celebrando a ressurreição de Jesus, numa tentativa de equilibrar as mensagens e abordagens da administração às diversas comunidades.
Em um comunicado, a Casa Branca exaltou a coragem e as contribuições dos americanos transgêneros, reafirmando o compromisso da nação com a igualdade e o tratamento igualitário. “Hoje, enviamos uma mensagem a todos os americanos transgêneros: vocês são amados, ouvidos, compreendidos. Vocês pertencem. Vocês são a América, e minha administração inteira e eu apoiamos vocês”, declarou o comunicado.
O presidente americano Joe Biden disse, no X:
“No Dia da Visibilidade Transgênero, celebramos a alegria, a força e a coragem absoluta de algumas das pessoas mais corajosas que conheço. Hoje, mostramos a milhões de americanos transexuais e não binários que os vemos, que pertencem e que devem ser tratados com dignidade e respeito.”
A vice-presidente Kamala Harris também expressou seu apoio em um tweet: “No Dia da Visibilidade Transgênero, celebramos os americanos transgêneros e não-binários. Sua coragem deu a inúmeros outros força, mas ninguém deveria precisar ser corajoso apenas para ser quem é. Nós vemos vocês. Nós apoiamos vocês. Não vamos parar de lutar por vocês.”
A escolha da data provocou o repúdio de setores que viram na ação um ataque direto ao cristianismo. O Dia Internacional da Visibilidade Transgênero, criado por ativistas há mais de dez anos e celebrado anualmente em 31 de março, não é uma data flutuante como a Páscoa.
A campanha de Trump pediu que Biden pedisse desculpas pela proclamação. “Pedimos à falida campanha de Joe Biden e à Casa Branca que emitam um pedido de desculpas aos milhões de católicos e cristãos em toda a América que acreditam que amanhã é apenas para uma celebração – a ressurreição de Jesus Cristo”, afirmou Karoline Leavitt.
A Casa Branca, através do porta-voz Andrew Bates, defendeu a inclusão e a união, criticando políticos que, segundo ele, buscam dividir e enfraquecer o país com retórica cruel, odiosa e desonesta. Bates reiterou que o presidente Biden nunca utilizaria sua fé para fins políticos.
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