Carrefour: Arthur Lira defende lei de reciprocidade contra França
Frigoríficos brasileiros, como JBS e Marfrig, suspenderam as vendas de carnes ao Carrefour no Brasil, ampliando o impacto da crise
A decisão do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, de suspender a compra de carnes do Mercosul para as lojas da rede na França gerou uma reação forte no Brasil.
O governo federal, liderado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o Congresso, por meio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), uniram-se a empresários e associações do setor agropecuário para exigir retratação da empresa. Frigoríficos brasileiros, como JBS e Marfrig, suspenderam as vendas de carnes ao Carrefour no Brasil, ampliando o impacto da crise.
Bompard se comprometeu a enviar uma carta de desculpas ao Brasil, reconhecendo a qualidade e a sustentabilidade das carnes do Mercosul. A entrega será feita diretamente a Fávaro, que sinalizou que a retratação precisa ser acompanhada de mudanças concretas na postura da empresa.
A reação do agro brasileiro também incluiu declarações da embaixada do Brasil na França, que repudiou publicamente as alegações do executivo sobre supostos riscos sanitários e ambientais.
Arthur Lira defendeu a aprovação de uma “lei de reciprocidade” para impor barreiras comerciais a países que prejudiquem as exportações brasileiras. Ele destacou a importância de proteger o mercado nacional contra o protecionismo europeu, em especial da França. Um projeto de lei, em tramitação na Câmara, propõe condicionar novos acordos comerciais ao cumprimento de normas ambientais similares ao Código Florestal Brasileiro.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a suspensão das vendas ao Carrefour como uma reação “justificável” e espera que a empresa reavalie sua posição. “É incoerente uma empresa que opera no Brasil agir dessa forma. Mas acredito que haverá um reposicionamento”, afirmou Haddad.
A crise reflete tensões entre Brasil e União Europeia, acirradas por disputas sobre padrões ambientais e competitividade no acordo Mercosul-UE. A resposta brasileira pode marcar um novo capítulo nas relações comerciais, com o país adotando uma postura mais firme frente ao protecionismo internacional.
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