Buraco negro pode colidir com a nossa galáxia, entenda
Um buraco negro supermassivo pode estar em rota de colisão com a Via Láctea, proveniente da galáxia anã Grande Nuvem de Magalhães.

Um buraco negro de aproximadamente 600 mil massas solares pode estar se dirigindo em direção à Via Láctea a uma velocidade impressionante de cerca de 300 mil km/s. O que torna essa descoberta ainda mais intrigante é a localização inesperada desse buraco negro: ele está escondido nas profundezas de uma galáxia anã. Essa revelação foi feita por arqueólogos galácticos que estavam estudando as trajetórias de estrelas hipervelozes.
Essas estrelas, conhecidas como estrelas de sequência principal do tipo B, são jovens e quentes, e acredita-se que tenham sido ejetadas do centro galáctico por um fenômeno chamado mecanismo de Hills. Esse processo astrofísico explica como estrelas de um sistema binário podem ser lançadas ao espaço quando uma delas é capturada por um buraco negro supermassivo, como o Sagitário A*, localizado no centro da nossa galáxia.

O papel da grande nuvem de Magalhães
Entre 2005 e 2014, o levantamento de estrelas hipervelozes, conhecido como HVS Survey, identificou 21 dessas estrelas no halo externo da Via Láctea. Recentemente, um estudo no repositório arXiv revelou que cerca de metade dessas estrelas não se originou do centro da Via Láctea, mas sim da Grande Nuvem de Magalhães (LMC), uma galáxia satélite.
Para testar essa hipótese, os pesquisadores criaram um modelo simulando a ejeção de estrelas por um buraco negro supermassivo na LMC. As previsões espaciais e cinemáticas dessas estrelas hipervelozes coincidiram com as observações, sugerindo fortemente a presença de um buraco negro supermassivo na LMC.
Existe um buraco negro supermassivo na LMC?
Um indício crucial para a existência de um buraco negro na LMC é a superdensidade de Leão, uma região com uma concentração de estrelas maior do que o esperado. O modelo dos pesquisadores reproduziu essa concentração, reforçando a teoria de que um buraco negro supermassivo está presente na LMC.
Se confirmado, esse buraco negro não apenas influenciaria a dinâmica da LMC, mas também poderia impactar a estrutura da Via Láctea. A presença de um buraco negro supermassivo na LMC mudaria nossa compreensão sobre essa galáxia anã e suas interações com a Via Láctea.
Como detectar buracos negros?
Detectar buracos negros sempre foi um desafio para os astrônomos, pois eles não emitem radiação visível quando não estão absorvendo matéria ativamente. Uma das estratégias utilizadas é analisar o movimento de estrelas próximas. Foi assim que a existência de Sagitário A* foi confirmada.
No estudo atual, os pesquisadores propuseram uma nova abordagem para rastrear buracos negros, focando em estrelas hipervelozes. Essas estrelas, que viajam a velocidades extremamente altas, podem indicar a presença de buracos negros ocultos. Usando dados do telescópio espacial Gaia, os pesquisadores rastrearam 16 estrelas, das quais nove parecem ter se originado na Grande Nuvem de Magalhães.
O futuro da via láctea e da LMC
Com o tempo, a Grande Nuvem de Magalhães e a Via Láctea podem se fundir, levando o suposto buraco negro supermassivo da LMC ao centro da nossa galáxia. Após bilhões de anos, ele pode se fundir com o Sagitário A*, formando um buraco negro ainda maior. Este evento, se ocorrer, será um marco na história cósmica, mas resta saber se haverá alguma forma de vida para testemunhá-lo.
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