Brasileira vítima do Hamas homenageia três heroínas
Rafaela Treistman, que reagiu às falas de Lula e deu entrevista ao Papo Antagonista, exaltou o socorro prestado por Nili Margalit, Shifra Buchris e Amit Man às vítimas do terror
A judia brasileira Rafaela Treistman (foto), vítima do Hamas no festival de música eletrônica atacado pelo grupo terrorista em 7/10, homenageou três mulheres que contribuíram para evitar maiores danos às demais vítimas dos ataques.
“São heroínas, aos meus olhos. Com toda essa situação da guerra, com tudo o que aconteceu, elas resolveram sair, ajudar e salvar pessoas”, diz Rafaela em vídeo publicado nesta quinta-feira, 7/3, marco dos cinco meses do massacre e véspera do Dia Internacional da Mulher.
As homenageadas são a enfermeira e ex-refém Nili Margalit, a policial de fronteira Shifra Buchris e a paramédica assassinada Amit Man.
Histórias
A enfermeira Nili Margalit, apesar dos suprimentos médicos escassos, tratou de outros reféns, sobretudo idosos com dificuldades de visão e audição, em túneis subterrâneos da Faixa de Gaza usados pelo Hamas como cativeiro, até ser libertada no fim de novembro, durante trégua entre Israel e o grupo terrorista.
“Ela é uma enfermeira do hospital Soroka, em Beersheba, que foi sequestrada [em casa, no kibutz Nir Oz], ficou 50 dias e 50 noites em cativeiro, e simplesmente continuou o seu trabalho, ajudando as pessoas numa situação que eu não consigo nem imaginar. Vendo tudo que ela viu em 7 de outubro, sendo levada para Gaza [e mantida] em túneis 40 metros abaixo da terra, ela continuou salvando e cuidando [dos outros], com fome, com frio, com medo. E, graças a Deus, ela já voltou a Israel, está em casa e segura, diferentemente de muitas outras”, conta Rafaela.
Já a policial de fronteira Shifra Buchris socorreu feridos em território israelense.
“Ela tem dez filhos em casa e, mesmo assim, saiu e ajudou muitas pessoas que estavam machucadas gravemente, do [festival de música eletrônica] Nova, inclusive. Pegava carros e ficava o dia inteiro indo e voltado, para salvar o máximo possível de pessoas, não deixando que as imagens fortes dos machucados e toda a situação a abalassem. Mesmo sem ordens, ela saiu para ajudar”, relata Rafaela.
Amit Man, uma jovem de 22 anos do kibutz Beeri e paramédica de Magen David Adom, a Cruz Vermelha de Israel, correu para a clínica onde estavam os vizinhos feridos e, mesmo com terroristas no entorno, focou em salvá-los.
Assassinada no 7 de outubro
“Ela, infelizmente, foi assassinada em 7 de outubro, mas, antes de tudo, ela saiu da sua casa e usou o conhecimento que ela tinha para poder salvar [os feridos] e ajudou muitas pessoas do kibutz. Realmente fez um trabalho maravilhoso. Por seis horas, ela ficou lá salvando, ajudando. No meio dessa situação, o seu instinto, com você ouvindo tiros e vendo terroristas ao seu lado, é você se proteger, proteger sua família, seus amigos. E ela, não: ela saiu no kibutz para salvar o máximo de pessoas que ela teve a capacidade de salvar”, elogia Rafaela.
A brasileira, que reagiu às falas de Lula e deu entrevista ao Papo Antagonista, ficou encurralada no bunker do festival, onde viu assassinatos, estupro e terroristas rindo da cara das vítimas. Ela precisou se esconder por cinco horas sob cadáveres para sair com vida e perdeu o namorado, morto pelo Hamas.
“Tendo passado pelo que eu passei, fico imaginando a cabeça delas, como que elas tiveram a força e a capacidade de ignorar tudo que estava acontecendo para ajudar o próximo, para conseguir salvar mais pessoas”, resume Rafaela, com admiração.
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