Brasil se abstém, e OEA não aprova resolução sobre Venezuela
Faltou um voto para aprovar exigência de que o CNE publique atas eleitorais; governados pela esquerda, Colômbia e México também não votaram
Em reunião nesta quarta-feira, 31 de julho, a Organização dos Estados Americanos (foto) deixou de aprovar por apenas um voto uma resolução exigindo que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela apresente as atas da votação do último domingo, dia 28.
Controlado pelo chavismo, o CNE decretou a “vitória” eleitoral de Nicolás Maduro no próprio domingo, sem contar todos os votos —e até agora não apresentou os documentos. As atas recolhidas e divulgadas pela oposição comprovam vitória de Edmundo González por larga margem.
Eram necessários 18 votos no conselho permanente da OEA para aprovar a resolução, que também demandava a verificação dos dados por observadores internacionais.
Houve 17 votos a favor da resolução, nenhum contra, 11 abstenções e 5 ausências. Entre as abstenções estavam dois governos de esquerda, alinhados a Maduro: o Brasil de Lula e a Colômbia do ex-guerrilheiro Gustavo Petro. O México, do também esquerdista López Obrador, se ausentou.
O texto rejeitado determinava que a Venezuela publicasse “imediatamente os resultados da votação das eleições presidenciais em nível de cada seção eleitoral” e que, “conforme solicitado pelos atores políticos venezuelanos relevantes, uma verificação abrangente dos resultados seja realizada na presença de organizações de observação independentes, para garantir a transparência, credibilidade e legitimidade dos resultados eleitorais”.
As abstenções de Brasil e Colômbia e a ausência do México, na prática, dão tempo a que o regime de Maduro encontre uma maneira de “justificar” a fraude eleitoral.
Reação de Milei
Em suas redes sociais, o presidente da Argentina, Javier Milei, comentou o ocorrido na OEA e criticou Lula, Petro e López Obrador.
“Alguns idiotas me acusaram de ser louco por ver o comunismo em todos os lugares. Outros, politicamente corretos disseram que o comunismo não existe mais e que estou exagerando”, escreveu Milei em seu perfil no X, ex-Twitter.
“Em última análise, hoje não só está provado que tenho razão na agenda internacional que aponto, mas também está claro que aqueles que me questionaram são cúmplices, por serem ignorantes e/ou estúpidos”, acrescentou o presidente argentino.
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