Boric repudia decisão de Maduro sobre Embaixada da Argentina
Ditadura venezuelana retirou custódia do Brasil sobre edifício que abriga seis membros da oposição em Caracas
O governo do presidente chileno, Gabriel Boric (foto), manifestou neste sábado, 7, repúdio à decisão da ditadura de Nicolás Maduro de revogar unilateralmente a custódia diplomática do Brasil sobre a Embaixada da Argentina em Caracas.
“Expressamos nosso repúdio a essa decisão e nossa solidariedade aos governos da Argentina e do Brasil pela situação que atravessam atualmente”, diz nota divulgada pela chancelaria do Chile.
No comunicado, o governo de Boric afirma que a decisão do regime de Maduro “representa um grave desrespeito ao que está estipulado na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 e na Convenção de Viena sobre Relações Consulares de 1963”.
A ditadura de Maduro, como publicamos, afirmou ter revogado a custódia por ter provas de que as instalações da embaixada argentina estavam sendo usadas pelos asilados para “planejar atividades terroristas e tentativas de assassinato” contra Maduro. O regime, porém, não apresentou nenhuma prova.
“A Venezuela é obrigada a tomar esta decisão motivada pelas provas disponíveis sobre a utilização das instalações dessa missão diplomática para o planejamento de atividades terroristas e tentativas de assassinato contra o Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, e contra a Vice-Presidente Executiva, Delcy Rodríguez Gómez, pelos fugitivos da justiça venezuelana que permanecem no interior”, afirma a ditadura chavista.
O Itamaraty, porém, entende que o edifício ainda está sob proteção diplomática do Brasil e que cabe à Argentina indicar um país substituto para representá-la na Venezuela.
Como mostramos, as forças da Venezuela impuseram um cerco à Embaixada da Argentina em Caracas. Segundo os seis opositores asilados no local, homens encapuzados cercaram a embaixada na noite de sexta-feira.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram veículos das forças de segurança com as sirenes ligadas nos arredores do prédio. Os seis dissidentes estão abrigados na embaixada e podem ser presos se deixarem o local.
“Patrulhas do Sebin (Serviço Nacional Bolivariano de Inteligência) e do DAET (Corpo Nacional Bolivariano de Polícia), juntamente com oficiais encapuzados e armados, cercam e sitiam a Residência Argentina em Caracas, sob custódia e proteção do governo brasileiro. 6 de setembro às 20h30 [horário local]”, afirmou Pedro Urruchurtu, coordenador internacional da líder opositora María Corina Machado, em publicação no X.
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