Boeing enfrenta grave crise de confiança após incidentes em série
A Boeing enfrenta incertezas em seu futuro após uma série de acidentes aéreos e problemas de qualidade. Seu desempenho na bolsa de valores também sofreu
A Boeing, uma das marcas mais respeitadas do mundo, enfrenta um futuro incerto após uma série de desastres em voo e uma erosão contínua de seus padrões de qualidade. Reguladores, companhias aéreas, passageiros e até mesmo os próprios funcionários da Boeing estão quase em revolta. Além disso, o desempenho da empresa no mercado de ações também não tem sido dos melhores, com uma queda de 27% ao longo do ano, ficando apenas atrás da Tesla.
O último problema da Boeing
O problema mais recente para a Boeing ocorreu na segunda-feira, quando um Boeing 787 Dreamliner, voando da Austrália para a Nova Zelândia, caiu repentinamente no meio do voo, ferindo vários passageiros. Ainda não está claro qual é a responsabilidade da Boeing nesse caso, mas as histórias contadas pelos passageiros não são nada lisonjeiras para uma empresa que já está sob investigação federal.
Um passageiro do voo da Latam Airlines na segunda-feira, Brian Jokat, disse à CNN que estava acordado quando o avião começou a cair de repente, tanto que as pessoas foram atiradas contra o teto da cabine.
Problemas de qualidade da Boeing
Nos últimos seis anos, a Boeing foi responsabilizada por dois acidentes fatais que mataram 346 pessoas, perdeu dezenas de bilhões de dólares, pagou bilhões a mais em multas e acordos judiciais e se tornou manchete por problemas recorrentes de controle de qualidade.
Mas a Boeing não é uma empresa qualquer. É, para todos os efeitos, uma instituição americana intocável – uma empresa aeroespacial que basicamente se apresenta como uma empresa privada. A FAA, órgão regulador do setor, está tão subfinanciada que depende da Boeing para “autoregulação”. Portanto, não é de se admirar que o administrador da FAA nesta semana tenha ficado chocado ao descobrir que a Boeing falhou em metade da auditoria em sua unidade de produção.
O que há pela frente?
Gad Allon, professor da Wharton School of Business da Universidade da Pensilvânia, acredita que para a Boeing reconquistar a confiança é necessário fazer grandes mudanças na liderança da empresa. Ele complementa: “não há uma única pessoa que tenha um C na frente do título que não seja responsável pelo que estamos vendo agora”.
Outra ideia que ocasionalmente é mencionada é a nacionalização da Boeing. Matt Stoller, diretor de pesquisas do American Economic Liberties Project, defendeu essa ideia em janeiro em seu boletim informativo, argumentando que o governo tem um histórico de nacionalização de serviços públicos, ferrovias e empresas aeroespaciais.
Conclusão
Gad Allon alerta que a situação da Boeing pode se tornar tão grande quanto uma crise financeira, considerando quantos negócios ao redor do mundo dependem dos aviões da Boeing. Ele adiciona: “Acho que passamos de um ‘risco de evento’ para um ‘risco contínuo’ que pode ter consequências devastadoras”
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