Biden perdoa crimes do filho
Decisão de perdoar crimes do filho gera críticas e acirra debate sobre limites do poder presidencial.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo, 2, o perdão presidencial ao seu filho, Hunter Biden, após sua condenação em dois casos federais em 2024.
A decisão abrange crimes cometidos entre janeiro de 2014 e dezembro de 2024 e ocorre semanas antes de Biden deixar o cargo, reacendendo um intenso debate político e jurídico.
“Hoje, assinei o indulto para meu filho Hunter”, declarou Biden em comunicado. Ele defendeu a medida, alegando que Hunter foi alvo de um tratamento desigual: “Pessoas que atrasaram impostos devido a problemas de dependência, mas regularizaram a situação com juros e multas, geralmente não enfrentam acusações criminais.” O presidente ainda afirmou que seu filho foi “tratado de forma diferente por razões políticas”.
Hunter Biden, de 54 anos, enfrentou dois julgamentos em 2024. Em junho, foi condenado por falsificar informações ao comprar uma arma enquanto lidava com dependência de drogas. Em setembro, admitiu a culpa em um caso de sonegação fiscal, mas um acordo de delação foi desfeito após disputas legais. O indulto presidencial anulou sentenças e acusações pendentes, incluindo sua condenação por três crimes relacionados à compra de armas.
A decisão contraria declarações anteriores de Biden. Durante o verão, ele havia garantido que não interferiria nos processos judiciais envolvendo Hunter. O gesto ocorre após o presidente, de 82 anos, anunciar sua retirada da corrida presidencial de 2024, citando preocupações sobre idade e saúde mental.
Hunter expressou gratidão pelo perdão e prometeu retribuir: “Jamais tomarei essa misericórdia como garantida. Dedicarei minha vida a ajudar outros em recuperação.”
Republicanos e críticos reagiram com indignação. Donald Trump, presidente eleito e próximo ocupante da Casa Branca, sugeriu que poderia perdoar Hunter em circunstâncias similares, mas chamou o primeiro filho de “péssimo garoto”. Já parlamentares republicanos classificaram o gesto de Biden como “um abuso de poder sem precedentes”.
O perdão presidencial é um direito constitucional, mas sua aplicação em casos envolvendo familiares diretos de presidentes é raro. O episódio intensifica o debate sobre os limites éticos e políticos do poder de clemência e pode repercutir na credibilidade do sistema judicial americano e no legado de Biden ao deixar a Casa Branca.
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