Biden nega desistência: “Ninguém vai me forçar a sair”
Segundo o New York Times publicou nesta quarta, 3 de julho, Biden pareceu reconhecer que sua campanha pode se tornar "irrecuperável"
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, negou que esteja planejando desistir da reeleição em sua primeira resposta pública a publicação do New York Times desta quarta-feira, 3 de julho.
“Eu estou concorrendo. Eu sou o líder do Partido Democrata. Ninguém vai me forçar a sair”, disse Biden em aparição virtual não prevista no Comitê Nacional Democrata pela tarde.
“Estou nesta corrida até o fim”, acrescentou.
A vice-presidente, Kamala Harris, que continua na chapa de Biden e também estava presente nesta quarta, afirmou que “não vamos recuar. Seguiremos a liderança do nosso presidente. Vamos lutar e vamos vencer”.
Mais cedo, a Casa Branca desmentiu os rumores do suposto plano de desistência da reeleição.
“Absolutamente não”, disse a assessora de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em coletiva de imprensa.
Karine Jean-Pierre também negou questionamentos sobre a possibilidade de Biden estar com Alzheimer, demência ou outra doença neurodegenerativa.
“Não. E eu espero que vocês estejam fazendo a mesma pergunta ao outro cara”, respondeu a assessora aos jornalistas, em referência ao provável rival de Biden nas eleições de 5 de novembro, o ex-presidente Donald Trump.
A notícia sobre o suposto planejamento de desistência foi dada pelo jornal The New York Times, ouvindo pessoas próximas ao presidente que teriam ciência da conversa.
Segundo o Times, Biden pareceu reconhecer que sua campanha pode se tornar “irrecuperável” se ele não conseguir passar a ideia de que ainda é apto ao cargo.
Para o presidente, sua idade avançada não pareceria um problema para o cargo — seria a sua incapacidade de passar esta mensagem ao eleitorado.
A reportagem diz que Biden aposta em alguns eventos até o final de semana para reverter sua imagem de alguém velho demais para o cargo: primeiro, uma entrevista para o canal ABC News, além de comícios nos estados de Wisconsin e Pensilvânia — dois principais estados-chave para a disputa eleitoral, e onde Donald Trump, o ex-presidente republicano, leva vantagem.
Antes mesmo da coletiva de Karine Jean-Pierre, um porta-voz do Executivo disse ao canal Fox News que “a alegação é absolutamente falsa. Se o New York Times tivesse nos dados sete minutos a mais para comentar, teríamos dito isso”.
O estrago, no entanto, está feito: editoriais de jornais e revistas pediram que Biden deixe a corrida eleitoral enquanto é tempo, enquanto nomes do partido indicaram que a busca por planos B — se é que há planos B — já está em curso.
Trump lidera com alguma margem todas as pesquisas eleitorais, e sondagens indicam que esta margem se alargou na última semana.
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