Biden luta contra revolta democrata após debate
Segundo matéria do The Washington Post, o presidente americano tenta acalmar a base de apoio após debate desastroso
A equipe do presidente Joe Biden está trabalhando freneticamente para conter a revolta dentro do Partido Democrata após um desempenho sofrível no debate da última quinta-feira, 27.
Publicamente, aliados do presidente têm minimizado os deslizes cometidos, criticando a “brigada de pânico” dos democratas nervosos e destacando uma entrada recorde de doações de campanha. Privadamente, entretanto, a situação é mais tensa.
Segundo matéria do The Washington Post desde domingo, 30, assessores têm feito ligações para tranquilizar doadores preocupados, pedindo a deputados e senadores que mantenham a calma e se reunindo com colegas para discutir estratégias.
Os esforços da equipe de Biden incluem reuniões no retiro de Camp David, onde o presidente passou os últimos dias com a família, e parecem ter, pelo menos temporariamente, estancado a onda de questionamentos públicos. Até este domingo, nenhum líder democrata pediu publicamente que Biden se retire da corrida, e vários expressaram apoio renovado a ele, apesar das preocupações com o desempenho no debate.
O líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, reconheceu em entrevista à MSNBC que os democratas estão discutindo o futuro da candidatura de Biden. Ele enfatizou que, embora o desempenho de Biden no debate tenha sido um revés, ele acredita que “um contratempo é apenas uma preparação para um retorno”.
Outros democratas importantes, como Nancy Pelosi, James Clyburn, Raphael Warnock e Chris Coons, apareceram em diversos canais de televisão no domingo para reafirmar seu apoio à reeleição de Biden. Este apoio público seguiu um esforço frenético nos bastidores, iniciado ainda antes do fim do debate, quando começaram a circular mensagens em grupos privados e nas redes sociais.
Durante o debate, os assessores de Biden disseram à mídia que o presidente estava resfriado, justificando sua voz rouca e desempenho hesitante. A vice-presidente Kamala Harris afirmou que o início lento de Biden não era sinal de uma fraqueza, enquanto outros aliados tentavam desviar o foco para as falsas afirmações de Donald Trump.
Biden vai renunciar?
Nos dias que se seguiram ao debate, vozes influentes que anteriormente apoiavam Biden sugeriram que ele deveria considerar seriamente a retirada da corrida, incluindo o conselho editorial do The New York Times.
Durante uma reunião virtual do Comitê Nacional Democrata no sábado, marcada às pressas, os líderes imploraram aos membros que continuassem a apoiar Biden. No entanto, a reunião não permitiu que os membros compartilhassem suas preocupações com os líderes do partido, o que frustrou alguns participantes.
Enquanto Biden fazia um comício em Raleigh, Carolina do Norte, onde recebeu mais de 2.000 simpatizantes, o ex-presidente Barack Obama manifestou seu apoio, cujo desempenho vacilante em um debate de 2012 também repercutiu na sua candidatura, disse: “noites ruins de debate acontecem. Confie em mim, eu sei.”
Embora a equipe de Biden tenha conseguido conter temporariamente a crise, o caminho à frente ainda é incerto, com preocupações persistentes sobre a capacidade de Biden de enfrentar Trump em novembro.
Biden só está “alerta” seis horas por dia (oantagonista.com.br)
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