Biden interrompe fornecimento de bombas a Israel
Medida teria como objetivo prevenir uso excessivo de força e resguardar civis em Rafah, ampliando a tensão EUA-Israel
A decisão da administração Biden de suspender o envio de 3.500 bombas a Israel reflete uma mudança significativa na postura dos EUA em relação às operações militares em Rafah, uma área densamente povoada da Faixa de Gaza.
Segundo declarações oficiais, o Presidente Joe Biden buscou evitar o uso das armas em uma operação em Rafah, preocupação que ganhou contornos críticos após o avanço de tanques israelenses para a região.
Os envios suspensos incluem 1.800 bombas de 2.000 libras e 1.700 de 500 libras. Além disso, o governo americano está reavaliando futuras transferências, incluindo kits de orientação que transformam bombas convencionais em munições guiadas de precisão.
Essa ação representa a primeira vez, desde o ataque terrorista liderado pelo Hamas em 7 de outubro, que Biden utiliza seu poder para influenciar diretamente a estratégia israelense no conflito.
Oficiais americanos expressaram crescente frustração com Israel, que, na visão deles, ignora repetidas advertências dos EUA contra uma grande operação em Rafah que poderia resultar em extensas baixas civis. A confirmação da pausa nos envios de armamentos ocorreu horas depois de Israel posicionar tanques na cidade, aumentando a percepção de uma iminente escalada militar.
A ordem de evacuação de 110.000 civis de Rafah e os subsequentes ataques aéreos israelenses, em resposta a foguetes do Hamas que mataram quatro soldados israelenses, são vistos como preparativos para uma ofensiva maior. Apesar disso, Israel descreveu a entrada de tanques e a tomada do cruzamento de fronteira com o Egito em Rafah como uma operação limitada para eliminar combatentes e infraestrutura do Hamas.
Internamente, a administração Biden está particularmente preocupada com o impacto das bombas de 2.000 libras em uma área urbana densa como Rafah, com muitos civis deslocados. A decisão sobre o envio de kits de munição guiada JDAM ainda está pendente.
A tensão entre Biden e o primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu tem aumentado, especialmente após um telefonema no qual Biden ameaçou reavaliar o apoio dos EUA ao conflito se Netanyahu não alterasse seu curso de ação. Embora não tenha mencionado explicitamente uma limitação ou corte no fornecimento de armas, essa possibilidade foi implicitamente sugerida.
Além disso, a apreensão israelense do lado de Gaza do cruzamento de Rafah com o Egito, prejudicando os esforços para enviar ajuda humanitária, foi descrita como “inaceitável” por Karine Jean-Pierre, secretária de imprensa da Casa Branca. Esta ação complicou as negociações para a liberação de alguns reféns mantidos pelo Hamas em troca de um cessar-fogo temporário.
A administração Biden aprovou recentemente uma nova ajuda no valor de US$ 827 milhões em armas e equipamentos para Israel, reafirmando seu compromisso com a segurança israelense, mesmo em face de desacordos significativos sobre a condução da guerra.
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