Biden encerra mandato sob críticas e com baixa aprovação
Presidente destaca acordo Israel-Hamas em discurso de despedida, mas sai marcado por crises internas e externas
Joe Biden fez seu discurso de despedida à nação diretamente do Salão Oval, destacando o que considera os principais legados de sua administração, incluindo o recente acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas. No entanto, ele deixa o cargo com uma aprovação de apenas 36%, segundo levantamento da CNN, uma das mais baixas para um presidente americano em fim de mandato.
Biden, que desistiu de concorrer à reeleição em 2024, se junta a um grupo seleto de líderes americanos que encerraram seus mandatos sem buscar a reeleição, como James Buchanan e Lyndon B. Johnson.
A presidência de Biden foi marcada por crises que abalaram sua imagem junto ao eleitorado. A retirada desastrosa do Afeganistão, em 2021, deixou milhares de aliados americanos em perigo e resultou na retomada do controle do país pelo Talibã em questão de dias.
O episódio foi amplamente criticado tanto por democratas quanto por republicanos, sendo visto como um dos piores momentos da política externa americana em décadas.
Além disso, o governo Biden enfrentou a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, um conflito que expôs limitações na diplomacia americana. Apesar de esforços para apoiar o governo ucraniano com bilhões de dólares em ajuda militar, críticos apontaram que Biden foi incapaz de evitar a escalada do conflito, cujas consequências econômicas impactaram duramente os Estados Unidos, incluindo o aumento dos preços de energia.
Em termos internos, a inflação atingiu níveis históricos, chegando a 9,1% em junho de 2022, o maior índice em mais de 40 anos. Isso, combinado com dificuldades em implementar uma agenda legislativa robusta, como a reforma do sistema de saúde e mudanças na política ambiental, desgastou ainda mais sua base de apoio.
Biden deixa o cargo em circunstâncias incomuns, sem tentar a reeleição, e será lembrado por uma popularidade em declínio acelerado. Seu índice de aprovação caiu de 57% no início de seu mandato para 36% ao fim, segundo pesquisa da CNN internacional, um dos declínios mais acentuados na história recente da presidência americana.
Outros líderes não reeleitos, como Jimmy Carter e Herbert Hoover, enfrentaram circunstâncias difíceis, mas ambos tentaram se manter no poder. A decisão de Biden de não disputar a reeleição reflete não apenas questionamentos sobre sua saúde e aptidão para o cargo, mas também a falta de apoio interno dentro do Partido Democrata.
Apesar das críticas, Biden tentou encerrar seu discurso com uma mensagem otimista. “Agora é a vez de vocês protegerem a chama da nossa democracia”, afirmou. Ele destacou avanços em infraestrutura e o compromisso de sua administração com a luta contra as mudanças climáticas, mas a realidade política e econômica de seu governo ofusca essas iniciativas.
Com Donald Trump retornando ao poder como o 47º presidente dos Estados Unidos, Biden deixa um país profundamente polarizado e uma sucessão de crises, tanto no cenário interno quanto no global, que definirão o legado de sua tumultuada gestão.
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