O presidente americano Joe Biden anunciou investigações contra os veículos elétricos chineses, citando preocupações de segurança nacional.

A Casa Branca ordenou levantamento do departamento de comércio sobre os riscos representados pelo software de carros conectados à internet que poderiam enviar dados dos motoristas americanos diretamente para Pequim.

Esta investigação poderá levar a novas regulamentações ou restrições aos veículos chineses. Os críticos dessa medida dizem que é uma tentativa protecionista de impedir que automóveis elétricos de baixo custo — fabricados na China ou montados por empresas chinesas em países como o México — dominem o mercado americano.

A ideia da investigação surgiu após discussões com fabricantes de automóveis de Detroit, trabalhadores sindicalizados e a gigante dos veículos elétricos Tesla, que recentemente perdeu o título de maior vendedora de carros elétricos do mundo para a empresa chinesa BYD.

“China está determinada a dominar o futuro do mercado automobilístico, inclusive utilizando práticas desleais”, disse Biden em um comunicado. “As políticas da China poderiam inundar nosso mercado com seus veículos, colocando em risco nossa segurança nacional. Não vou permitir que isso aconteça enquanto eu estiver no cargo.”

A China ampliou rapidamente sua produção de veículos elétricos nos últimos anos, criando uma rota de colisão a política industrial de Biden que quer fortalecer os fabricantes americanos nesse mercado, tanto nacional quanto internacionalmente. Veículos menores da China são vendidos por menos de US$ 11.000, um preço muito inferior ao de um veículo elétrico fabricado nos EUA.

Membros do governo Biden também estão considerando outras medidas para dificultar as importações de veículos chineses, que já conquistaram mercados europeus devido aos baixos preços, impulsionados em parte por custos trabalhistas significativamente menores. Uma das possibilidades é aumentar a tarifa de 25% já aplicada aos veículos da China.

As medidas de Biden chegam em um momento crítico, com o ex-presidente Donald J. Trump, seu provável oponente nas eleições de novembro, criticando a pressão do atual presidente para que as montadoras adotem os veículos elétricos. Ambos os candidatos buscam se posicionar como mais rigorosos em relação à China.