Biden confunde própria vice com Trump em 1ª coletiva pós-debate
Porta-voz do governo Biden teve um embate verbal com o repórter por visitas recentes de um especialista em Parkinson à Casa Branca
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confundiu a própria vice-presidente, Kamala Harris, com seu provável adversário nas eleições de 5 de novembro, o ex-mandatário Donald Trump.
A declaração ocorreu nesta quinta-feira, 11 de julho, na primeira coletiva de Biden desde o fiasco do debate presidencial contra o republicano.
Questionado sobre as pressões de figuras do Partido Democrata e da cultura pop americana pela sua saída da corrida e sobre a possibilidade de ser substituído por Harris, Biden respondeu: “Eu não teria escolhido a vice-presidente Trump [sic] para ser vice-presidente se eu não achasse que ela estava qualificada para ser vice-presidente. Então, comecemos por isso”.
O presidente não se corrigiu e então voltou a defender a sua própria candidatura. “A consideração é que eu sou a pessoa mais qualificada para concorrer à Presidência. Eu venci [Trump] uma vez, eu o vencerei denovo”, disse.
O erro ocorre horas após Biden confundir o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, com o autocrata da Rússia, Vladimir Putin, na cúpula da Otan, a aliança militar do Ocidente.
Casa Branca nega Parkinson
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, teve um embate verbal com o repórter da CBS, Ed O’Keefe, enquanto a administração Biden enfrenta questionamentos sobre as visitas recentes de um especialista em Parkinson à Casa Branca, levantando mais questões sobre a saúde mental do presidente americano.
Relatórios iniciais, publicados pelo New York Post, revelaram que o Dr. Kevin Cannard, um neurologista especializado em Parkinson do Walter Reed Military Medical Center, se encontrou várias vezes com o médico de Biden, Dr. Kevin O’Connor, no último ano.
Durante a coletiva de imprensa na segunda-feira, 8, Jean-Pierre se recusou repetidamente a confirmar as visitas de Cannard, citando preocupações de segurança e privacidade, apesar de seu nome constar nos registros públicos de visitantes.
“É uma pergunta muito básica e direta”, exclamou O’Keefe. “Isso é algo que você deveria conseguir responder.”
Jean-Pierre respondeu com firmeza: “Ed, por favor, um pouco de respeito aqui. Por favor.” Ela continuou dizendo que Biden consultou um neurologista três vezes durante sua presidência, mas se recusou a confirmar se essas visitas estavam especificamente relacionadas à condição do presidente.
Na noite de segunda, 8, o Dr. Kevin O’Connor divulgou uma carta explicando que Cannard foi escolhido para os exames físicos anuais de Biden devido à sua ampla experiência e não especificamente por ser um especialista em distúrbios do movimento. O’Connor assegurou que, durante o exame detalhado de Biden em fevereiro, não foram encontrados sinais de doenças neurológicas, como Parkinson, esclerose múltipla, esclerose lateral ascendente, derrame ou mielopatia cervical.
O confronto de Jean-Pierre com O’Keefe e outros repórteres na sala de imprensa refletiu a crescente preocupação e ceticismo sobre a transparência do governo em relação à saúde do presidente.
A recusa contínua da administração em compartilhar detalhes específicos e a insistência em questões de segurança e privacidade apenas alimentaram as especulações, aumentando a pressão sobre Biden, que recentemente teve um desempenho calamitoso no debate presidencial.
Democratas debatem futuro de Biden em reunião fechada
Os democratas da Câmara dos Estados Unidos realizarão uma reunião fechada nesta terça-feira, 9, no Comitê Nacional Democrata, próximo ao Capitólio, para discutir a viabilidade do presidente Joe Biden seguir como candidato e o futuro do partido. A decisão de coletar os celulares dos participantes reforça a sensibilidade do debate.
Os democratas do Senado também terão um encontro, o primeiro desde a desastrosa performance de Biden no debate contra Donald Trump em junho. Recentemente, Biden enfrentou críticas e pedidos para abandonar a candidatura. Em resposta, o presidente enviou uma carta pedindo o fim das especulações e reafirmou sua posição em entrevista ao programa “Morning Joe” da MSNBC, declarando: “eu não vou a lugar nenhum!”
Até o momento, seis deputados democratas se posicionaram publicamente contra a candidatura de Biden: Adam Smith, Angie Craig, Seth Moulton, Lloyd Doggett, Mike Quigley e Raul Grijalva. Smith declarou que Biden não consegue mais comunicar suas ideias de forma clara e eficaz ao público.
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