BC da Argentina limita compra de dólar à espera de Milei
O mercado financeiro de Buenos Aires iniciou esta segunda-feira, 11, em compasso de espera devido ao adiamento da apresentação das primeiras medidas econômicas do presidente Javier Milei, que agora está prevista para amanhã...
O mercado financeiro de Buenos Aires iniciou esta segunda-feira, 11, em compasso de espera devido ao adiamento da apresentação das primeiras medidas econômicas do presidente Javier Milei, que agora está prevista para amanhã.
Em meio a essa expectativa, o Banco Central anunciou que o mercado argentino de câmbio não operará hoje de maneira tradicional.
Uma medida excepcional foi adotada, por meio da qual as operações desta segunda serão aprovadas uma a uma. Essa decisão tem como objetivo adiar a esperada grande desvalorização da moeda argentina.
Na quinta-feira, 7, o mercado oficial encerrou cotado em 364 pesos por dólar, e havia expectativas de que o novo governo Milei desvalorizasse a moeda em até 100%, chegando a um patamar entre 600 e 700 pesos por dólar. Vale ressaltar que na sexta-feira foi feriado na Argentina. Já no mercado paralelo, as cotações operam há várias semanas próximo ao patamar de 1.000 pesos por dólar.
Em comunicado, o Banco Central argentino informou anteriormente aos bancos e corretoras que decidiu aplicar hoje a regra de conformidade prévia a todas as operações de demanda registradas no mercado de câmbio. Com esse funcionamento excepcional, as operações com moedas estrangeiras serão analisadas com base na prioridade estabelecida.
A medida foi adotada para dar tempo à gestão do Poder Executivo cumprir os trâmites administrativos necessários para a conformação das novas autoridades e também para anunciar e implementar políticas futuras, conforme citado na nota do Banco Central da Argentina.
Vale destacar que atualmente a Argentina enfrenta reservas cambiais negativas, ou seja, os dólares existentes nas reservas internacionais do país são insuficientes para pagar todos os atuais compromissos em moeda estrangeira.
Diante dessa situação, foram impostas uma série de medidas de restrição à compra de moeda estrangeira, conhecidas como “cepo cambiario”. Essas restrições afetam empresas que precisam de dólares para pagar importações, por exemplo.
As companhias necessitam de autorização do governo para importar e, posteriormente, precisam obter aval do Banco Central para comprar os dólares. Isso acaba atrasando pagamentos internacionais em diversos setores da economia argentina. Já entre as pessoas físicas, há um limite mensal de compra de 200 dólares por pessoa.
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