Bannon: “tenho orgulho de ir para a prisão”
Antes de se entregar, Bannon fez um discurso inflamado aos seus apoiadores
Steve Bannon, ex-estrategista do ex-presidente Donald Trump, começou a cumprir sua sentença nesta segunda, 1. Condenado por desacato ao Congresso, Bannon se entregou à Prisão Federal de Danbury, Connecticut, após a Suprema Corte negar seu pedido para adiar a pena enquanto recorria da condenação.
Bannon, de 70 anos, foi sentenciado a quatro meses de prisão por se recusar a cumprir uma intimação da Comissão de Inquérito sobre o Ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. O estrategista desafiou a convocação para depor e fornecer documentos à comissão, alegando que o processo era politicamente motivado para atacar o movimento “Make America Great Again” (MAGA) e o ex-presidente Trump.
Antes de se entregar, Bannon fez um discurso inflamado aos seus apoiadores, incluindo a deputada Marjorie Taylor Greene. “Tenho orgulho de ir para a prisão”, declarou. “Se é isso que é necessário para enfrentar a tirania, Merrick Garland e seu Departamento de Justiça corrupto, Nancy Pelosi e Joe Biden, estou disposto a fazer.”
A Suprema Corte dos Estados Unidos havia recusado, na sexta-feira anterior, o pedido de Bannon para suspender a sentença enquanto ele apelava da condenação. Bannon afirmou que sua “perseguição judicial” era uma tentativa de silenciar os conservadores e o ex-presidente Trump.
Outro aliado de Trump, Peter Navarro, também está cumprindo pena de quatro meses de prisão por desacato ao Congresso, após se recusar a cooperar com a mesma comissão. Navarro começou a cumprir sua sentença em 19 de março de 2024.
Os principais republicanos da Câmara dos Deputados anunciaram na semana anterior um plano para apresentar um recurso junto ao Tribunal de Apelações do Distrito de Columbia em apoio aos esforços de Bannon para reverter sua condenação.
Quem é Steve Bannon?
Nascido em 27 de novembro de 1953, em Norfolk, Virgínia, Bannon iniciou sua carreira como oficial da Marinha dos Estados Unidos e, posteriormente, trabalhou como banqueiro de investimentos na Goldman Sachs. Seu ingresso na política aconteceu quando ele assumiu a liderança do Breitbart News em 2012.
Bannon ganhou notoriedade nacional ao se tornar o estrategista-chefe da campanha presidencial de Donald Trump em 2016, desempenhando um papel crucial na vitória de Trump. Após a eleição, ele foi nomeado estrategista-chefe e conselheiro sênior da Casa Branca, cargo que ocupou até sua demissão em agosto de 2017.
Em 2020, Bannon foi preso sob acusações de desvio de fundos em uma campanha de arrecadação chamada “We Build the Wall”. A campanha prometia usar as doações para construir um muro na fronteira dos EUA com o México, mas Bannon e seus associados foram acusados de utilizar uma parte significativa dos fundos arrecadados para despesas pessoais. Ele foi indiciado por fraude e lavagem de dinheiro. Ele recebeu um perdão presidencial de Donald Trump em seus últimos dias no cargo, o que anulou as acusações.
O ex-estrategista de Trump foi indiciado por lavagem de dinheiro e conspiração em um suposto esquema de fraude relacionado a outra campanha de arrecadação de fundos. Ele se entregou às autoridades em setembro de 2022 para enfrentar as novas acusações.
Bannon também foi banido do Twitter em 2020 por “incitar violência” e enfrentou várias outras investigações e processos relacionados às suas atividades políticas e empresariais. Esses problemas legais destacam um padrão de comportamento controverso e muitas vezes ilegal, que tem mantido Bannon em constante conflito com a lei.
No Brasil, tivemos o “Sorocabannon”
Filipe G. Martins ganhou o apelido de “Sorocabannon” por várias razões que destacam suas semelhanças com Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump.
A combinação de “Sorocaba”, sua cidade natal no interior de São Paulo, e “Bannon”, ironiza a percepção de que Martins era a versão brasileira de Bannon. Isso se deve ao alinhamento ideológico de Martins, que assim como Bannon, era conhecido por suas posições populistas de direita e por promover ideias radicais dentro do governo Bolsonaro. Além disso, Martins desempenhou um papel crucial na aproximação da família Bolsonaro a Steve Bannon, demonstrando seu entusiasmo pelo estrategista americano e influenciando a política internacional do Brasil.
Como assessor especial para assuntos internacionais de Bolsonaro, Martins ocupava uma posição de grande influência, semelhante à de Bannon no governo Trump. Seu estilo de atuação, focado na promoção de uma agenda nacionalista e anti-establishment, refletia as táticas e estratégias políticas de Bannon.
Atualmente, Filipe Martins, assim como Steve Bannon, está preso.
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