Balas de borracha em protesto contra prisão de rival de Erdogan
Pelo segundo dia consecutivo, apoiadores de Imamoglu saem às ruas contra sua detenção

A polícia de choque turca disparou balas de borracha e gás lacrimogênio contra manifestantes em frente à Prefeitura de Istambul, após a prisão de Ekrem Imamoglu, prefeito da cidade e principal rival político do presidente do país, Recep Tayipp Erdogan.
De acordo com a agência de notícias AFP, a Praça Taskim, um local emblemático de protestos históricos do país, está bloqueada desde que Imamoglu foi preso na quarta-feira, 18, quando estava em sua casa.
Pelo segundo dia consecutivo, apoiadores do opositor de Erdogan tomaram às ruas em frente à Prefeitura de Istambul.
Protestos
Imamoglu ocupa atualmente o cargo de presidente da Câmara de Istambul, sendo considerado o principal rival de Erdogan, que está há 22 anos no poder.
Nas mais recentes pesquisas de opinião, o opositor aparece à frente do atual presidente para ocupar o cargo mais alto da Turquia.
Nos últimos dias, porém, o governo turco adotou medidas para impedir a participação de Imamoglu nas eleições presidenciais de 2028.
Além das acusações de suborno e apoio ao PKK, a Universidade de Istambul revogou o seu diploma de bacharelato do prefeito.
Segundo a lei turca, este é um dos pré-requisitos para concorrer às eleições presidenciais.
A detenção de Imamoglu gerou uma onda de protestos em Istambul, levando milhares de turcos irem às ruas.
O Partido Popular Republicano (CHP, na sigla em turco) afirmou que o prefeito está sendo vítima de uma perseguição política.
“A Turquia está passando por um golpe contra o próximo presidente. Estamos enfrentando uma tentativa de golpe aqui”, disse Ogur Ozel, líder do CHP.
Resposta do governo
O ministro da Justiça, Yilmaz Tunc, rebateu as acusações sobre as alegadas perseguições do governo a Imamoglu.
Segundo Tunc, o sistema judiciário é independente.
“Caracterizar as investigações levadas a cabo por um sistema judicial imparcial e independente como algo semelhante a um golpe de Estado ou utilizar termos semelhantes é extremamente perigoso e incorreto”, afirmou.
Leia mais: “Crusoé: Por que os turcos foram às ruas contra Erdogan?”
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