Assange faz seu primeiro pronunciamento público após liberdade
Fundador do WikiLeaks fala sobre sua batalha legal e critica o sistema judicial
Julian Assange, fundador do WikiLeaks, fez nesta terça. 1, seu primeiro pronunciamento público desde que foi libertado de uma prisão britânica em junho deste ano.
Em um discurso realizado perante o comitê de assuntos jurídicos e direitos humanos da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em Estrasburgo, França, Assange abordou a batalha legal que dominou sua vida por mais de uma década.
No discurso, Assange afirmou: “Não estou livre hoje porque o sistema funcionou. Estou livre hoje depois de anos de encarceramento porque me declarei culpado de jornalismo”. Ele disse ainda que se declarou culpado por buscar informações de uma fonte, obtê-las e compartilhá-las com o público.
Longa jornada até a liberdade
Assange descreveu sua trajetória, desde o confinamento na Embaixada do Equador em Londres até a prisão em Belmarsh, como uma mudança “profunda e surreal”, ressaltando que os últimos anos foram uma “luta incessante para se manter vivo, física e mentalmente”.
Após sua libertação, sua esposa, Stella Assange, afirmou que ele precisava de tempo para se recuperar dos danos físicos e psicológicos causados pelo confinamento em solitária na prisão britânica.
O WikiLeaks ganhou notoriedade mundial em 2010 ao divulgar documentos confidenciais sobre as guerras dos Estados Unidos no Iraque e Afeganistão, incluindo provas de possíveis crimes de guerra cometidos por militares americanos.
Na época, Assange foi alvo de uma investigação de espionagem nos EUA e enfrentou acusações de agressão sexual na Suécia, o que o levou a buscar asilo na Embaixada do Equador em 2012.
Em 2019, após anos de tensões com o governo equatoriano, ele foi retirado da embaixada e preso em Londres por violar as condições de sua fiança. Nos anos seguintes, Assange lutou contra sua extradição para os EUA, onde enfrentava acusações relacionadas à divulgação de documentos sigilosos.
Em junho de 2024, ele foi libertado após chegar a um acordo judicial no qual se declarou culpado de publicar os documentos militares. Como parte do acordo, Assange foi condenado ao tempo já cumprido e retornou à Austrália como um homem livre.
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